terça-feira, 27 de agosto de 2013

PRÉDIO QUE DESABOU NÃO TINHA AUTORIZAÇÃO

OS SELVAGENS MÉDICOS BRASILEIROS

MÉDICOS BRASILEIROS ENVERGONHAM O BRASIL

INSS - FUNCIONÁRIO JOGANDO " PACIÊNCIA" EM PLENO HORÁRIO DE TRABALHO



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O MINISTRO - CONSELHEIRO DO BRASIL EDUARDO SABOIA MANDOU À "MERDA" EVO MORALES & CIA

  • 26/08/2013 - 13h13

    Negociações com Bolívia sobre senador eram "faz de conta", diz diplomata brasileiro


    ISABEL FLECK
    DE SÃO PAULO

    Atualizado às 15h41.
    O encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz, Eduardo Saboia, que trouxe o senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil sem o aval do Itamaraty, disse que as negociações entre os dois países para resolver a situação do político eram um "faz de conta".
    "Tenho os e-mails das pessoas [diplomatas brasileiros] dizendo 'olha, a gente sabe que é um faz de conta, eles fingem que estão negociando e a gente finge que acredita'", disse Saboia à Folha, por telefone.
    Segundo ele, diante da inação da comissão bilateral que "mal conseguia se reunir", e de uma "situação limite", ele decidiu agir sozinho.
    "Eu disse [ao Itamaraty]: 'se tiver uma situação limite, eu vou ter que tomar uma decisão'. E eu tomei porque havia um risco iminente. Ele [o senador] estava com um papo de suicídio", disse o diplomata. "Era sexta-feira, estava chegando o fim de semana, quando a embaixada sempre fica mais vazia. Aí veio o advogado com o laudo médico me dizer [que ele poderia se matar] e eu disse: vou fazer agora."
    Molina estava asilado há 15 meses na embaixada e não podia sair porque o governo boliviano se recusava em conceder o salvo-conduto. Ele deixou o país com o diplomata e dois fuzileiros na última sexta-feira.
    O senador boliviano Roger Pinto Molina, enclausurado na embaixada brasileira em La Paz desde 28 de maio de 2012
    *
    Folha - O senhor agiu completamente sozinho? O Itamaraty não participou mesmo da sua decisão de trazer o senador?
    Eduardo Saboia - O que aconteceu foi o seguinte: eu vinha avisando [o Itamaraty] da situação, que estava em franca deterioração, e que a gente tinha que pensar em contingências. Contingência seria levar ele para a residência [oficial da embaixada], para uma clínica na Bolívia, para o Brasil.
    Eu vim a Brasília duas vezes para dizer: "olha, a situação está ruim, eu estou sob pressão". Eu era uma espécie de agente penitenciário. Tudo o que acontecia com o senador, eles me ligavam: "Pode entrar bebida? O senador está com dor de barriga, pode entrar um médico?" Eu vivia isso há 452 dias. Agora essas coisas se precipitaram e eu não sou médico, nem psiquiatra, mas diante de um risco iminente, uma situação limite, tomei essa decisão.
    O plano de retirá-lo de carro já era cogitado pelo Itamaraty para ser aplicado em algum momento?
    Veja bem: nós, da embaixada, mandamos muitas comunicações sugerindo várias formas de ação. A única coisa que existia [até agora] era um grupo de trabalho do qual a embaixada não faz parte. Nós éramos apenas informados.
    Eu convivia diariamente com uma situação humanitária. É uma coisa que é muito difícil de explicar, mas você imagina ir todo dia para o seu trabalho e ter uma pessoa trancada num quartinho do lado, que não sai? E você é quem impede ela de receber visitas. Aí vem o advogado e diz que se ele se matar é você que é o responsável.
    Foi uma situação extrema. Eu estava no campo de batalha, estava no fogo cruzado.
    Já tinha inclusive pedido para sair. Falei: "está muita pressão, eu preciso de uma orientação mais clara, eu preciso de um horizonte".
    Editoria de Arte/Folhapress
    Qual era a resposta do Itamaraty?
    Falavam que era questão de tempo. Daí eu perguntava da comissão [bilateral, para resolver a questão do senador], e as pessoas me diziam: "olha, aqui é empurrar com a barriga".
    Ninguém me disse isso por telegrama, porque eles não são bobos. Mas eu tenho os e-mails das pessoas, dizendo "olha, a gente sabe que é um faz de conta, eles fingem que estão negociando e a gente finge que acredita".
    Óbvio que isso aí abalava o senador, ele sabia disso, porque isso aí está na cara. A comissão não tinha um prazo para terminar, mal conseguiam se reunir. Era um faz de conta.
    Não estavam levando a sério e a embaixada era mantida à margem disso.
    Como o senhor viu esse risco de suicídio?
    Eu disse [ao Itamaraty]: "olha, nessa coisa humanitária, eu não vou tergiversar. Se tiver uma situação limite, eu vou ter que tomar uma decisão". E eu tomei essa decisão porque havia um risco iminente. Ele [o senador] estava com um papo de suicídio. Aí podem dizer: "Ah, é uma manipulação". Pode ser, mas é preciso correr esse risco?
    Era sexta-feira, estava chegando o fim de semana, quando a embaixada sempre fica mais vazia. Aí veio o advogado com o laudo médico me dizer [que ele poderia se matar] e eu disse: vou fazer agora. Eu não avisei o Itamaraty por uma questão simples: segurança. Eu não avisei ninguém. E funcionou, deu certo.
    Como o senhor acha que vai impactar a sua decisão para o governo brasileiro?
    Foi uma decisão que tem uma motivação humanitária, mas, na prática, resolve um problema político. Veja bem: para o Itamaraty, como a Bolívia não daria salvo-conduto e o Brasil disse que queria o salvo-conduto e as garantias, nós estávamos num beco sem saída. Só tendia a piorar. Com um agravante de que estamos chegando perto de períodos eleitorais, a situação se radicaliza [nos dois países], a situação se radicaliza e fica muito mais difícil resolver problemas.
    Então essa foi a melhor solução política também?
    Isso resolveu um problema político. O governo brasileiro pode dizer ao governo da Bolívia que eu não estava autorizado a fazer isso. Eu me sinto autorizado pela Constituição Federal, que assegura, como bem maior, a proteção à vida humana e à dignidade humana, que corriam perigo. Eu me senti habilitado a isso. Eu assumi um risco.
    E a operação foi bem sucedida. Não fizemos nenhuma operação com pirotecnia.
    E havia uma predisposição do lado boliviano, mas obviamente eles nunca vão dizer que concordam com isso. Antes de tomar a decisão eu levei em conta a declaração do vice-presidente [boliviano, Álvaro García Linera] que disse que o Roger Pinto está livre, que ele poderia tomar cafezinho e circular pelo país.
    O chanceler [David] Choquehuanca também disse: "olha, o Brasil sabe o que pode fazer e o que deve fazer". Isso, para mim, foi uma dica e uma deixa para a gente fazer isso.
    Então o governo boliviano abriu espaço para esse tipo de solução?
    Sim, eles estavam abrindo espaço para isso. Veja bem, a gente tem que resolver as questões diplomáticas de forma prática.
    O senhor disse que a sua decisão resolve uma questão política, mas não cria problemas para o chanceler Antonio Patriota?
    Nada é perfeito. Eu acho que se eles entenderem isso e não quiserem me crucificar... O que eu quero é sair da Bolívia. Eu não me incomodo de levar um "pito". Eu acho que eles deveriam me agradecer. Eu não quero é levar um processo administrativo, uma coisa que vai me infernizar a vida. Eu tenho uma folha corrida de serviços prestados ao país que é grande. Trabalhei com o ministro Celso Amorim por cinco anos, trabalhei com o chanceler Patriota. Sou uma pessoa disciplinada, não estou querendo protagonismo, não sou de aparecer. Eu quero é ter paz na minha consciência. E eu acho que eu fiz a coisa certa.
    O Brasil foi condescendente demais com a Bolívia nessas negociações? Deveria ter pressionado mais pelo salvo-conduto?
    É muito fácil julgar os outros. Eu não estou em Brasília, eu não sei as pressões que o próprio ministro Patriota recebe, eu não quero julgar.
    Acho que temos que seguir em frente, fortalecer as relações com a Bolívia.
    O senhor avalia deixar sua carreira?
    Deixar não, só se me tirarem. Seria uma vergonha. Porque, em situações extremas, as regras mudam. Eu não matei ninguém, eu não dei nenhuma "carteirada" em boliviano. Eu agi numa situação extrema, que ameaçava não só a vida do senador como o funcionamento da embaixada. Você não sabe o efeito que essa permanência prolongada tinha para o senador e para todo mundo ali naquele ambiente de trabalho. É uma situação muito insólita. Só vendo para crer.

O GOVERNO BRASILEIRO TEM MEDO DO EVO MORALES?


26/08/2013 - 11h09 - Atualizado em 26/08/2013 - 12h45 - POR REDAÇÃO GQ COM VITOR HUGO BRANDALISE

Senador mantinha diário com relato de todos os dias de asilo

POR MEIO DE REGISTROS INÉDITOS, A GQ REVELA OS ÚLTIMOS DIAS DO ASILO POLÍTICO MAIS LONGO DA HISTÓRIA DO BRASIL


Senador boliviano (Foto: GQ)

GQ teve acesso, com exclusividade, ao diário em que o senador Roger Pinto, de 53 anos, líder da oposição ao governo Evo Morales, registrou, desde o primeiro dia, as impressões sobre o mais longo asilo político da história do país.
O senador procurou asilo político na chancelaria brasileira em La Paz em 28 de maio de 2012. Acusado em 22 processos (a maioria por corrupção e desacato), alegava sofrer perseguição política. Onze dias depois, o governo Dilma Rousseff concedeu-lhe o asilo. 

Durante 15 meses, o senador boliviano viveu preso em uma sala de 20 metros quadrados dentro da embaixada brasileira em la paz. Não pôde sair à rua, abrir a janela, pegar sol, conceder entrevistas, receber convidados ou visita íntima. Ele teme que o isolamento tenha deixado sequelas graves.
A matéria de Vitor Hugo Brandalise na edição de setembro da revista GQ vai mostrar também como a falta de convicção e a letargia do Itamaraty no trato com o governo Evo Morales - que apareceu com força no caso Roger Pinto - não só causa constrangimentos diplomáticos mas vem dificultando até o combate ao tráfico de drogas nos 3.600 km de fronteiras com a Bolívia.
Em dois cadernos com capa de couro preta, ele numerou cada dia vivido na embaixada. E denotava com um emoticon seu estado de espírito no dia. Confira trechos do diário de Roger Pinto:
Desde o primeiro dia, Roger Pinto descreveu a rotina na embaixada – e com emoticons: (Foto: GQ)

04/06/2012 
Às 8h30, o embaixador Marcel Biato entra no quarto e avisa que o asilo foi concedido. Ele transcreveu o anúncio: “Sua solicitação de asilo foi aceita e será uma honra recebê-lo
no Brasil. Seja bemvindo, a presidente Dilma Rousseff me encarregou de lhe
transmitir”. Ele ainda adicionou: “Obrigado, Senhor”.
06/07/2012
Naquela sexta-feira, o 41º dia confinado, ele descreve o que faz em cada hora do dia. Levanta às 7h45, se exercita entre 20h e 21h e vai dormir às 23h. Também recebeu visitas do embaixador e da neta, que chama “chanchita” (equivalente a “piggie”, ou “porquinha”, um
apelido carinhoso).  

06/03/2013

As visitas são limitadas a parentes e seu advogado. Ele não poderia mais receber amigos
políticos. Pinto se irrita e critica o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota: “A visita de Patriota complicou mais ainda o meu caso. Deixou-se convencer pelo governo”. 

28/05/2013

Ao completar um ano no asilo, ele se diz perdido: “Estou confuso, meu Deus. Tu conheces o futuro”. E cita problemas pessoais: “Muito difícil com a família”. Outro dia, relata problemas com a mulher, Blanca: “Chateada com tudo o que acontece”. Segundo a família, é provável que se divorciem.
02/08/2013
No início do 15º mês isolado, escreve sobre o futuro e indica que deixará a Bolívia. “Me
parte a alma, é parte da minha vida e da dos meus filhos. Mas é a hora, nada me amarra a esta terra e a este país”. Dizia que, ao sair, pretendia viver em Brasília defendendo mais segurança na fronteira Brasil-Bolívia.


A matéria traz fotos inéditas da rotina do senador dentro da sala de 20 metros quadrados na embaixada brasileira em La Paz, onde ele viveu por 15 meses, além de passagens marcantes durante estes 454 dias. Os registros mostram também como ele dizia que estava "enlouquecendo" dentro da sala, "sem ar puro e sem tomar sol" e os gastos do asilo.     

VOO LIVRE PARAPENTE:- AVE MARIA CHEIA DE GRAÇA... SABE NADAR???

26/08/2013 07h06 - Atualizado em 26/08/2013 07h08
Vídeo mostra pânico em voo de parapente (Reprodução)
RIO DE JANEIRO
 Instrutor e aluno de parapente vivem momentos de pânico no Rio

Dupla passou quatro minutos dentro de uma nuvem e pousou no Itanhangá.
Vice-presidente do clube de voo livre diz que houve excesso de confiança. 

Do G1 Rio
Um instrutor do Clube São Conrado de Voo Livre foi parar no meio de uma nuvem com um aluno depois de saltar de parapente da Pedra Bonita, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Os dois viveram momentos de pânico, durante quatro minutos, sem saber exatamente onde estavam, como mostrou o Bom Dia Rio. O incidente ocorreu no dia 17 de agosto, com o instrutor Luiz Gonzaga e o turista do interior de São Paulo, Sudmar Franzin, em meio ao que seria um passeio com belas paisagens.
No entanto, pouco depois do salto o passeio se transformou em desespero: “Fica calmo, pelo amor de Deus. Eu não sei onde a gente está, não, velho. Mostra para mim o caminho, meu Deus”, dizia o instrutor.
No dia do incidente as condições do vento eram boas. Mas as nuvens estavam muito baixas. A orientação para os instrutores era que voassem direto para a praia, onde o céu estava mais limpo. 
No foi o que aconteceu. O instrutor deu voltas em torno da Pedra Bonita. Numa delas, lá no alto, se vê outro instrutor, também desobedecendo as orientações de voar baixo, em direção à praia.
As nuvens baixas não preocupam o instrutor. Pelo contrário. As imagens mostram que Gonzaga solta uma das mãos do comando do parapente para ajustar o capacete. Em seguida, retira também a outra mão para utilizar a câmera de vídeo.
De repente, um susto: os dois vão parar dentro de uma nuvem. O vento era forte o parapente balançava. O instrutor começa manobra, mas o parapente balança e o turista se desequilibra. São momentos de tensão. O instrutor chega a pedir pra desligar a câmera e rezam uma “Ave Maria”.
“Ele começou a rezar e eu fui ficando calmo ali. Tentando ficar calmo, mas ao mesmo tempo, por dentro, eu estava apavorado, porque eu sabia que ia acontecer o pior. Graças a Deus, não aconteceu”, disse o turista Sudmar.
O instrutor que acompanhava o turista é considerado experiente. Ele tem 15 anos de profissão. Segundo o vice-presidente do Clube São Conrado de Voo Livre, Augusto Prates, houve excesso de confiança por parte do instrutor. 
“Foi excesso de confiança. Na realidade, ele estava tão senhor da situação que ele deixou procedimentos básicos de segurança: primeiro não ir para a praia, não seguir um procedimento em teto baixo, que é você ir para a praia. Segundo que ele largou os comandos e pegou a máquina e filmou e largou, quando se deu conta perdeu a referência em função de entrar na nuvem”, comentou Prates.
Segundo o turista, a hora de mais medo foi quando o instrutor perguntou se ele sabia nadar. Foram 13 minutos de terror nos céus do Rio. Quatro deles dentro da nuvem, até enxergar terra firme.
O instrutor percebeu que o parapente havia dado a volta na montanha, e foi parar do outro lado: a cinco quilômetros da Praia de São Conrado, onde deveria pousar. Eles desceram no Itanhangá.

Luiz Gonzaga Pereira de Souza foi suspenso temporariamente do clube. Ele terá a licença de voo reavaliada e vai passar por um curso de reciclagem.
A equipe do Bom Dia Rio tentou falar durante todo domingo (25) com Luiz Gonzaga, o instrutor de voo, mas não conseguiu contato.
Uma lei federal, de 1986, proíbe que os voos duplos sejam vendidos como voos panorâmicos. O Clube São Conrado de Voo Livre nega que cometa essa prática e diz que todos os voos fazem parte de um curso e que cabe ao aluno seguir com o treinamento depois do primeiro salto.

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/08/instrutor-e-aluno-de-parapente-vivem-momentos-de-panico-no-rio.html
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domingo, 25 de agosto de 2013

INSS FRAUDES: SERÁ QUE SÃO SOMENTE ESTAS AGÊNCIAS?

25/08/2013 22h55 - Atualizado em 25/08/2013 23h20


Esquema de falsos doentes provoca desvio milionário (Reprodução)
 Fraude contra o INSS provoca desvio de pelo menos R$ 2 milhões, diz PF

Quadrilha atuava em agências do INSS de Carapicuíba e de Osasco.
Esquema possibilitou que falsos doentes recebessem auxílio-doença.

Do G1, com informações do Fantástico

 A Polícia Federal acusa 169 pessoas de se beneficiarem de uma fraude milionária contra a Previdência Social. De acordo com o delegado da Polícia Federal Ulisses Francisco Mendes, o rombo é de R$ 2 a 5 milhões, como mostra a reportagem do Fantástico. 
Um dos beneficiados com o esquema é o jogador Andrei Frascarelli, de 40 anos. Ele já jogou nos times principais do Palmeiras, Flamengo e Santos. Em outubro do ano passado, ele foi um dos destaques do torneio Rio-São Paulo de Showbol.
Na época do torneio, ele recebia um auxílio-doença do INSS, no valor de R$ 3 mil mensais. Os motivos alegados seriam a instabilidade crônica do joelho e condromalácia da rótula, uma doença degenerativa em um dos principais ossos do joelho.
Os próprios golpistas, em conversas por telefone, comentaram que foi um erro Andrei ter aparecido jogando bola, enquanto recebia o benefício.
Carapicuíba
As investigações começaram em Carapicuíba, na Grande São Paulo, há oito meses. A fraude iniciava na porta da agência do INSS. Depois de abordar o segurado, a quadrilha o levava para o escritório do grupo, que ficava a apenas 500 metros da agência do INSS .
O passo seguinte era falsificar os exames apresentados na perícia. Alguns dos laudos e atestados falsos saíam de um centro médico que pertencia aos chefes da quadrilha.
Depois, segundo a polícia, os donos do escritório passavam uma lista com os nomes desses clientes para um servidor que trabalhava no INSS, que tinha a senha dos computadores da instituição. Em Carapicuíba, essa pessoa era Renata Aparecida dos Santos. Ela é acusada de manipular a agenda de perícias e encaminhar os falsos doentes  ao médico que liberava o auxilio doença de forma irregular.
Ela  recebeu grande quantidade de dinheiro e também de materiais de construção pra uma reforma na sua casa. Hoje, Renata está presa e sua advogada não quis falar.
O perito de Carapicuíba envolvido na fraude é o médico Adrian Ortega. Conversas gravadas com autorização da justiça entre ele o empresário Marcos Agopian, apontado como um dos chefes da quadrilha, mostram que Agopian determinava quem o perito deveria atender e em qual horário.
Segundo as investigações, o perito aceitava todo tipo de propina para liberar o auxílio-doença. O perito quase foi para Cancún, no México em um pacote de cerca de R$ 30 mil pago pela quadrilha, mas a fraude foi descoberta a tempo, segundo o Ministério Público Federal.
Adrian Ortega foi preso em junho e agora responde em liberdade. Seu advogado, Luís Carlos Dias Torres, afirma que ele não recebeu propina. “Todos os laudos que ele emitiu retratavam a opinião médica e técnica dele a respeito daquele paciente”, diz Torres. Quanto aos valores recebidos por Ortega, o advogado afirma que “havia relações empresariais e comerciais entre eles que não tinham nada a ver com as funções que ele exercia no INSS”.
Quem conseguia o auxílio-doença tinha que dar o primeiro pagamento à quadrilha, ou uma porcentagem do valor recebido durante alguns meses.
A quadrilha também se aproveitava do desespero de algumas pessoas que tinham problema de saúde, mas não conseguiam o auxílio-doença. É o caso de Francisco, de 35 anos. Ele tem uma doença no sistema nervoso central. Pagou R$ 265 aos golpistas e recebeu o auxílio-doença. Quando a fraude foi descoberta, uma junta médica constatou os problemas de saúde dele. O benefício de Francisco não foi cancelado e ele não será processado.

Segundo o delegado Ulisses Francisco Mendes, dos 169 acusados de receber o benefício irregular, já há confirmação que 149 segurados e mais 12 familiares receberam o benefício sem ter o direito.
Osasco
Parte dos benefícios irregulares também saiu de outra agência do INSS da Grande São Paulo. Em Osasco, são acusados de participar do esquema o perito Rubens de Oliveira e o técnico administrativo Leonilso Sanfelice. 
Foi nesta agência que o ex-jogador Andrei conseguiu o auxílio-doença, por ter problemas no joelho. Em maio deste ano, antes de passar de novo pela perícia, o servidor Sanfelice aconselhou Andrei a falar pouco com o médico, pois a funcionária da sala ao lado poderia escutar.

Segundo o INSS, Andrei recebe o auxílio-doença há um ano e meio. Ele tem o benefício do INSS como única fonte de renda comprovada, segundo o Ministério Público.

“Acreditamos que um dos motivos que o levou a procurar esse benefício seria para conseguir pagar um valor menor a sua ex-mulher e ao seu filho, de pensão alimentícia”, diz a procuradora da República Fabiana Rodrigues de Souza Bortz.

A advogada do jogador, Célia Marcondes Smith, nega que o auxílio-doença seja uma forma de Andrei pagar menos pensão alimentícia e diz que não houve pagamento de propina. “O funcionário, quando atende bem, pede realmente alguma gorjeta. Infelizmente, no Brasil, essas coisas acontecem. Se ele teve que dar alguma coisa, enganaram-no. Em nenhum momento, ele pensou  que pudesse ser um grupo que tivesse fazendo parte de algum crime”, disse.

Acusados de chefiar a quadrilha, os irmãos Marcos e Vanderlei Agopian, estão foragidos. O perito de Osasco, Rubens de Oliveira, está na cadeia. Os advogados dos três preferiram não se manifestar.

O técnico administrativo da previdência, Leonilso Sanfelice, responde em liberdade e não quis gravar entrevista.

Só este ano, as fraudes contra o INSS chegam a R$ 19 milhões. Segundo o presidente do INSS, quem se beneficiou irregularmente, vai ter que devolver. “Nós vamos em busca de recursos, incialmente, financeiros. Se não tiver, de seus bens. Falecido, os herdeiros serão responsabilizados.”

Dificuldades
Enquanto isso, quem direito ao benefício quem contribuiu mais de um ano com a Previdência e está impedido de trabalhar por doença ou acidente por mais de quinze dias. A pessoa passa por um perito e o auxílio é cancelado quando ela se recupera.
Pessoas que tentam conseguir o auxílio-doença honestamente enfrentam dificuldades. É o caso de Ana Lúcia Silva, de São Paulo. Ela já foi secretária, analista e atendente de telemarketing. Em 2007, a saúde começou a piorar depois de uma cirurgia de hérnia de disco.
Aos 42 anos, ela depende da filha caçula, de 12, que a ajuda a se trocar e a se alimentar. Ana chegou a receber auxílio-doença por cinco anos, mas o benefício foi suspenso no ano passado, porque ela faltou a uma das avaliações. Depois disso, Ana voltou a procurar o INSS. Depois de seis meses tentando retomar o benefício, Ana finalmente será aposentada por invalidez.
Ana Lúcia, que não participou de nenhuma fraude e ficou desde o começo do ano sem receber o auxílio-doença, diz como se sente ao saber desses golpes. “Revoltada completamente. Pessoas sadias que ganham valores altíssimos e a gente fica brigando por causa de um salário mínimo. É tudo muito vergonhoso.”
Veja o site do Fantástico
.http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/08/fraude-contra-o-inss-provoca-desvio-de-pelo-menos-r-2-milhoes-diz-pf.html

INSS, AS PROPINAS, OS MÉDICOS, OS PERITOS E AS SAFADEZAS



fraude milionária (Rede Globo)


O golpe dos falsos doentes. Domingo, o Fantástico vai mostrar todos os detalhes de uma fraude milionária no INSS: a concessão de auxílios-doença pra quem está muito bem de saúde.
O esquema de corrupção envolve peritos e médicos que falsificam exames e laudos. Tudo em troca de propina. Um dos acusados de tirar proveito do golpe é um ex- jogador de futebol. Ele conseguiu o auxílio-doença mas continuava batendo a maior bola na TV.

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