Prefeitura de São Paulo vai à Inglaterra atrás dos bens de Paulo Maluf
21/4/2013 15:23
Por Redação - de São Paulo
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Não durou muito a trégua entre o prefeito Fernando Haddad e seu cabo eleitoral mais à direita, nas eleições do ano passado. Advogados que representam a Prefeitura de São Paulo no exterior investigam a fundo o patrimônio de empresas controladas pela família do deputado Paulo Maluf (PP-SP) na tentativa de viabilizar a cobrança dos US$ 28 milhões (R$ 56 milhões) que a Justiça da Ilha de Jersey determinou que ele devolvesse ao erário municipal. A equipe da procuradoria do Município procura por ativos de até US$ 25 milhões, posto que as contas das empresas sediadas no exterior movimentaram apenas US$ 3 milhões em dinheiro, de acordo com a Procuradoria-Geral do Município.
Segundo a Justiça de Jersey, um paraíso fiscal em ilhas britânicas, as companhias Durant e Kildare foram culpadas de movimentação financeira ilegal, uma vez que elas receberam recursos desviados por Maluf de obras executadas no período em que ele foi prefeito, entre 1993 a 1996. Detalhes da investigação patrimonial, porém, são mantidos em segredo. Os procuradores tentam viabilizar a remessa dos US$ 3 milhões em dinheiro das duas empresas e esperam a transferência dos recursos até julho deste ano.
Ainda assim, a adminstração petista não dá tréguas a Maluf. Uma outra equipe de advogados deverá abrir ações contra as empresas do político de ultradireita. Uma delas é a Eucatex, controlada pela família Maluf no Brasil há mais de quatro décadas. Em 2000, a Justiça de Jersey bloqueou bens avaliados na época em US$ 200 milhões, e grande parte desse patrimônio era formado pelos papéis da Eucatex. Caso a prefeitura tenha que usar essas ações, um dos caminhos será a penhora dos ativos e posterior leilão judicial. Outra opção é obter a titularidade dos papéis e esperar para negociá-los em ocasião oportuna.
A equipe coordenada pela área jurídica do prefeito Haddad, porém, receia que possa haver uma queda no valor das ações e prefere encontrar outros bens do deputado para quitar a dívida. Em último caso, o município poderá recorrer ao patrimônio pessoal dos sócios das empresas de Maluf.
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