Em causa estará uma parceria entre um grupo chinês e um grupo português, que fontes próximas do processo indicam que é a Salvador Caetano, e que instalaria por seu turno uma fábrica de autocarros no maior mercado automóvel do mundo.
As primeiras referências a esse possível acordo foram feitas na quinta-feira à noite pelo ex-líder do PSD Marques Mendes. "O grupo chinês instalará uma importante fábrica de automóveis aqui em Portugal e o grupo português instalará uma fábrica para construção de autocarros eléctricos na China", indicou, durante um comentário no programa Política Mesmo da TVI24.
Marques Mendes disse também que o negócio teria valores financeiros "muito significativos" e que decorre da aprovação da entrada da Three Gorges no capital da EDP, sem identificar quais seriam os grupos automóveis envolvidos. O acordo relativo à empresa de electricidade portuguesa terá sido o impulso necessário à concretização deste novo investimento.
Já há vários meses que a Salvador Caetano está a estudar a internacionalização para mercados emergentes, entre os quais a China, com o objectivo de instalar fora do país linhas de montagem de autocarros de aeroporto (presentes em mais de 90% do mercado mundial), de autocarros turísticos e também eléctricos. Estes últimos ainda estão em fase de testes.
Contactada ontem pelo PÚBLICO, uma porta-voz da Salvador Caetano referiu que a empresa desconhece os termos do acordo de compra de 21,35% da empresa de electricidade portuguesa. O que o grupo nortenho está a fazer é "um estudo bastante profundo" dos mercados da América Latina, da China e da Rússia "até ao final do primeiro semestre de 2012", disse a mesma responsável, acrescentando que está em análise a criação de linhas de montagem nesses países.
Diminuir custos
Já em Maio passado, o presidente da CaetanoBus, José Ramos, tinha adiantado à Lusa que a empresa estava a estudar a instalação de duas fábricas no estrangeiro, para se concretizar em 2012 e começarem a laborar em 2013, uma das quais na China e outra num mercado da América Latina, nomeadamente Brasil ou Colômbia. O objectivo da empresa será "reduzir custos com o aumento de produção, uma vez que os gastos de projecto são diluídos por mais unidades, e com a redução das despesas de logística", indicou na altura.
Em causa está também a diminuição dos custos alfandegários para esses mercados. Até hoje, a empresa nunca referiu qualquer parceria para a instalação de uma linha de montagem de automóveis chineses em Portugal, mas a verdade é que também Pequim enfrenta dificuldades para comercializar carros na Europa. As dificuldades de homologação para cumprimento das regras europeias de emissão de gases têm travado a entrada de marcas chinesas.
A própria Salvador Caetano tem desde 2007 um acordo de cooperação com a Brilliance, que se afirma como a maior fabricante chinesa de minibus e produz também componentes automóveis. A Brilliance tem uma parceria (joint-venture) com a BMW, para a produção de modelos da marca na China, e em 2009 desistiu de fabricar os seus próprios automóveis ligeiros. Um dos objectivos da empresa tem sido vender no mercado europeu, mas a comercialização na Península Ibérica não avançou até hoje. "Só a partir de 2013 é que poderá haver factos concretos", disse a porta-voz da empresa de Gaia.
Turbinas eólicas e BCP
Além da instalação de uma fábrica automóvel em Portugal, no horizonte estão outros investimentos com origem em Pequim. Um será a entrada de um banco chinês no capital do BCP, um assunto que, como o PÚBLICO ontem noticiou, foi abordado informalmente entre as autoridades portuguesas e de Pequim, na sequência da privatização da EDP.
Outro investimento, este já inscrito na proposta que a Three Gorges apresentou no âmbito do concurso à entrada na empresa de electricidade portuguesa, é a construção de uma fábrica de turbinas eólicas em Portugal. O investimento será feito pela Goldwind, que tem ligações à Three Gorges, e prevê-se que em Janeiro comece a prospecção no terreno para decidir onde ficará a nova unidade. A perspectiva é que entre em laboração até ao Verão de 2013.
As primeiras referências a esse possível acordo foram feitas na quinta-feira à noite pelo ex-líder do PSD Marques Mendes. "O grupo chinês instalará uma importante fábrica de automóveis aqui em Portugal e o grupo português instalará uma fábrica para construção de autocarros eléctricos na China", indicou, durante um comentário no programa Política Mesmo da TVI24.
Marques Mendes disse também que o negócio teria valores financeiros "muito significativos" e que decorre da aprovação da entrada da Three Gorges no capital da EDP, sem identificar quais seriam os grupos automóveis envolvidos. O acordo relativo à empresa de electricidade portuguesa terá sido o impulso necessário à concretização deste novo investimento.
Já há vários meses que a Salvador Caetano está a estudar a internacionalização para mercados emergentes, entre os quais a China, com o objectivo de instalar fora do país linhas de montagem de autocarros de aeroporto (presentes em mais de 90% do mercado mundial), de autocarros turísticos e também eléctricos. Estes últimos ainda estão em fase de testes.
Contactada ontem pelo PÚBLICO, uma porta-voz da Salvador Caetano referiu que a empresa desconhece os termos do acordo de compra de 21,35% da empresa de electricidade portuguesa. O que o grupo nortenho está a fazer é "um estudo bastante profundo" dos mercados da América Latina, da China e da Rússia "até ao final do primeiro semestre de 2012", disse a mesma responsável, acrescentando que está em análise a criação de linhas de montagem nesses países.
Diminuir custos
Já em Maio passado, o presidente da CaetanoBus, José Ramos, tinha adiantado à Lusa que a empresa estava a estudar a instalação de duas fábricas no estrangeiro, para se concretizar em 2012 e começarem a laborar em 2013, uma das quais na China e outra num mercado da América Latina, nomeadamente Brasil ou Colômbia. O objectivo da empresa será "reduzir custos com o aumento de produção, uma vez que os gastos de projecto são diluídos por mais unidades, e com a redução das despesas de logística", indicou na altura.
Em causa está também a diminuição dos custos alfandegários para esses mercados. Até hoje, a empresa nunca referiu qualquer parceria para a instalação de uma linha de montagem de automóveis chineses em Portugal, mas a verdade é que também Pequim enfrenta dificuldades para comercializar carros na Europa. As dificuldades de homologação para cumprimento das regras europeias de emissão de gases têm travado a entrada de marcas chinesas.
A própria Salvador Caetano tem desde 2007 um acordo de cooperação com a Brilliance, que se afirma como a maior fabricante chinesa de minibus e produz também componentes automóveis. A Brilliance tem uma parceria (joint-venture) com a BMW, para a produção de modelos da marca na China, e em 2009 desistiu de fabricar os seus próprios automóveis ligeiros. Um dos objectivos da empresa tem sido vender no mercado europeu, mas a comercialização na Península Ibérica não avançou até hoje. "Só a partir de 2013 é que poderá haver factos concretos", disse a porta-voz da empresa de Gaia.
Turbinas eólicas e BCP
Além da instalação de uma fábrica automóvel em Portugal, no horizonte estão outros investimentos com origem em Pequim. Um será a entrada de um banco chinês no capital do BCP, um assunto que, como o PÚBLICO ontem noticiou, foi abordado informalmente entre as autoridades portuguesas e de Pequim, na sequência da privatização da EDP.
Outro investimento, este já inscrito na proposta que a Three Gorges apresentou no âmbito do concurso à entrada na empresa de electricidade portuguesa, é a construção de uma fábrica de turbinas eólicas em Portugal. O investimento será feito pela Goldwind, que tem ligações à Three Gorges, e prevê-se que em Janeiro comece a prospecção no terreno para decidir onde ficará a nova unidade. A perspectiva é que entre em laboração até ao Verão de 2013.
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