sexta-feira, 20 de maio de 2011

QUEM TEM RABO DE PALHA, QUE SE CUIDE!

Após 11 prisões por fraudes em Campinas, vice-prefeito e dois secretários estão foragidos

Por Cleide Carvalho, O Globo | Agência O Globo – 2 horas 13 minutos atrás


SÃO PAULO - Onze pessoas foram presas nesta sexta-feira nas cidades de Campinas, Jundiaí, São Paulo, Jaguariúna e Vinhedo, acusadas de fraude em concorrências e contratação de serviços da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), empresa de saneamento básico da cidade de Campinas. Nove suspeitos são agora considerados foragidos, entre eles vice-prefeito Demétrio Vilagra, do PT, o secretário de Comunicação, Francisco dos Lagos, e o secretário de Segurança Pública, Carlos Henrique Pinto. Todos tiveram prisão temporária decretada.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, foi apreendida na operação grande quantidade de dinheiro - o valor não foi revelado, além de CPUs de computadores e documentos destinados a comprovar as fraudes. Além do vice-prefeito e dos dois secretários, são considerados foragidos os empresários Gabriel Ibrahim Guttierrez, Dalton dos Santos Avancini, Ivan Goretti de Deus, Emerson Geraldo de Oliveira, José Carlos Cepera e Maurício de Paulo Manduca.
Foram presos Aurélio Cance Junior, diretor da Sanasa, e os empresários Ricardo Cândia (ex-diretor de Planejamento da Prefeitura de Campinas), Valdir Carlos Boscatto e Gregório Vanderlei Cerveira. O empresário João Carlos Ibrahim Gutierrez foi preso em Jundiaí. Em São Paulo foram presos os empresários Marcelo Quartim Barbosa de Figueiredo, Luiz Arnaldo Pereira Mayer e Pedro Luiz Ibrahim Hallack. O também empresário João Tomás Pereira Junior foi preso em Jaguariúna. Os empresários Alfredo Ferreira Antunes e Augusto Ribeiro Antunes foram presos em Vinhedo e autuados em flagrante por porte ilegal de arma.
O empresário José Carlos Cepera já havia sido preso no ano passado, acusado pelo mesmo crime, mas havia sido liberado por liminar do Tribunal de Justiça. Nesta quinta-feira, a liminar foi cassada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo o MP, é proprietário e administrador oculto de um grupo de seis empresas - Lotus Serviços Técnicos Ltda.; Pluriserv Serviços Técnicos Ltda.; Infratec Segurança e Vigilância Ltda.; São Paulo Serviços Ltda.; Pro-saneamento Ambiental Ltda. e O.O. Lima Empresa Limpadora Ltda., registradas em nome de laranjas.
O esquema de corrupção e lavagem de dinheiro liderado por Cepera, segundo o MP, envolvia ainda outras prefeituras e empresas públicas nos estados de São Paulo e Tocantins. O prejuízo causado aos cofres públicos, com fraude em licitações em vários estados, atinge pelo menos R$ 615 milhões, dizem os promotores. Nas investigações sobre a atuação do grupo, o MP identificou como intermediários dos contatos políticos e lobistas de Cepera Maurício de Paulo Manduca e Emerson Geraldo de Oliveira.
A megaoperação começou ainda durante a madrugada e parou a cidade de Campinas nesta sexta-feira. Participaram 28 promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e de Promotorias de Justiça Criminais, e mais de 80 policiais militares e civis. O escândalo levou a Prefeitura a ser cercada por manifestantes, a maioria servidores municipais em greve, que se juntaram para pressionar o prefeito.

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