segunda-feira, 30 de maio de 2011

CRIME DA MEGA-SENA

http://extra.globo.com/casos-de-policia/crime-da-mega-sena-alem-de-heranca-viuva-filha-de-renne-travam-briga-na-justica-por-um-carro-ano-2000-1902449.html










Casos de Polícia

Publicado em 28/05/2011 às 17:00

Crime da Mega-Sena: além de herança, viúva e filha de Renné travam briga na Justiça por... um carro ano 2000



A ex-cabeleireira Adriana Almeida, viúva de Renné Senna, chega ao fórum de Arraial do Cabo acompanhada de seu advogado, Jackson Rodrigues Foto: Bruno Gonzalez / 2.2.2011

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Marcelo Gomes Tamanho

Um Astra ano 2000, avaliado em R$ 18 mil, está no centro de mais uma disputa judicial entre a ex-cabeleireira Adriana Almeida — acusada de ser a mandante da morte do marido, o milionário Renné Senna — e Renata Senna, filha do ganhador de R$ 52 milhões na Mega-Sena, morto em 2007.

Em junho de 2009, o advogado de Adriana, Jackson Rodrigues, ingressou na 1ª Vara Cível de Maricá com uma ação de busca e apreensão do Astra. O veículo, que pertence à Adriana, está com Renata desde 7 de janeiro de 2007, data do assassinato de Renné.

Naquele dia, ao saber da morte do pai, Renata foi à fazenda onde Renné morava com Adriana, em Rio Bonito. Na ação, Adriana diz que a enteada pediu o Astra emprestado, já que o seu carro, um Celta ano 2004, estava enguiçado. A viúva alega que Renata prometeu devolver o veículo no dia seguinte, o que não ocorreu.

Em novembro de 2010, a juíza Larissa Sally determinou que Renata devolvesse o carro. A entrega foi marcada para 1ºde dezembro, mas a ordem não foi cumprida. O advogado de Renata, Marcus Rangoni, recorreu da decisão.

— Renata ficou com o carro, desrespeitando uma decisão judicial. Por isso fiz um registro na 119ª DP (Rio Bonito) de apropriação indébita contra ela — dispara Jackson.

— Vamos devolver o Astra se Adriana nos entregar o Celta. Ela quer ficar com os dois carros — devolve Rangoni.


Renata Senna, filha do milionário Renné Senna, chega ao fórum de Rio Bonito acompanhada de seu advogado, Marcus Rangoni Foto: Pablo Jacob / 6.7.2009
Processo de calúnia, injúria e difamação

Em outra ofensiva, Adriana ajuizou em março deste ano, na 2ª Vara Criminal de Rio Bonito, uma ação de calúnia, injúria e difamação contra Renata. Foi uma resposta ao processo de indignidade anteriormente movido pela enteada contra ela.

Com este processo, Renata pretende impedir que Adriana fique com metade da herança de Renné, já que, segundo o Ministério Público, ela seria a mandante do assassinato do ex-lavrador.

Em seu último testamento, Renné deixou 50% de seus bens para a filha, e o restante para a viúva. Caso Adriana seja declarada indigna pela Justiça, Renata será a única herdeira da fortuna de Renné.

— Na inicial da ação de indignidade, Renata fez repetidas e propositadas ofensas contra Adriana, e acabou incidindo em crimes contra a honra da minha cliente. A ação basta ter fundamentação jurídica, sem ofensas — disse Jackson.


O milionário Renné Senna e Adriana Almeida Foto: Fábio Guimarães / 14.01.2007
O crime

Dos seis acusados de envolvimento na morte de Renné, dois já foram julgados: o ex-PM Anderson Sousa e o motorista Ednei Gonçalves. Ambos foram condenados a 18 anos de prisão em julho de 2009.

Segundo a acusação, a viúva Adriana Almeida seria a mandante. Ela teria decidido matar Renné após descobrir que ele pretendia excluí-la do testamento. Os outros três réus são a professora de educação física Janaína Oliveira (amiga de Adriana e ex-mulher de Anderson Sousa), e os PMs Marco Antônio Vicente e Ronaldo Amaral de Oliveira. Eles ainda não foram julgados.

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