domingo, 1 de maio de 2011

LORD COCHRANE - "MARQUÊS DO MARANHÃO", O FILIBUSTEIRO



Lord Thomas Cochrane
Lord Thomas Cochrane, 10.º conde de Dundonald e único marquês do Maranhão, (1775-1860) foi um almirante da marinha britânica e nobre escocês, herói nacional do Reino Unido. San Martin chamava ele de "Lord Filibusteiro" (**)nas suas cartas a pessoas que realmente queriam uma América decente.

(**)Filibusteiro

s. m.1. Pirata dos mares americanos, nos séculos XVII e XVIII.
2. Fig. Aventureiro; ladrão.



A Marinha Real do Reino Unido doze heróis navais na sua história:

"Cochrane, cedo, estabeleceu reputação como um dos mais audazes e temidos comandantes" - dentre os seguintes - diz, o portal da Marinha Real
1.Francis Drake;
2.Robert Blake;
3.Samuel Pepys;
4.Lord George Rodney;
5.James Cook;
6.Viscount Nelson;
7.Lord Thomas Cochrane;
8.John Fisher;
9.John Jellicoe;
10.David Beatty;
11.Bertram Ramsay; e
12.Viscount Cunningham.

Thomas Cochrane (1775-1860), 10°. conde de Dundonald, barão Cochrane de Dundonald, de Paisley e de Ochiltree, Par da Escócia, Grã-Cruz da Ordem do Banho (GCB), Almirante da Marinha Britânica e Marquês do Maranhão, mais conhecido como Lord Cochrane, nascido em Annsfield perto da cidade de Hamilton, South Lanarkshire e falecido em Londres, foi um militar britânico, almirante escocês da Marinha Real Britânica. Destacou-se nas lutas de emancipação da América Latina em relação a Espanha e Portugal.

Sua correta titulação seria Admiral Sir Thomas Cochrane, 10th Earl of Dundonald, Marquês do Maranhão, GCB, RN [Royal Navy] (14 December 1775 - 31 October 1860) - nominado Lord Cochrane entre 1778 e 1831, então herdando o título de Conde de Dundonald continuou sendo chamado apenas de Lord Cochrane.

O busto de bronze do maior herói naval da Escócia, Lord Cochrane, foi comissionado por Lord Bruce e entregue pelo Ministério da Defesa ao povo da cidade de Culross, onde na Abbey House passou sua juventude antes de engajar na Marinha Real: em 1793, aos 17 anos, era guarda-marinha na Marinha Real do Reino Unido .

Combateu estoicamente nas Guerras contra Napoleão, tendo demonstrado tanta ousadia em suas operações navais que o próprio NAPOLEÃO o apelidou de Loup de Mer (lôbo do mar). Paralelamente a sua carreira naval foi eleito membro do Parlamento. Denunciando corrupção parlamentar, criou inimizades que culminaram em injusta condenação à prisão em 1814 - por haver realizado "supostas atividades fraudulentas" - a história posteriormente o inocentou e isto remediou, vendo-se obrigado, no ínterim, a abandonar (de modo temporário) a carreira naval na Marinha Real.

Lord Cochrane auxiliou tanto Simon Bolivar como seu tutor, Don Andrés Bello na Independência da Venezuela.

Em maio de 1817 foi contratado pelas forças independentistas chileno-argentinas para que comandasse a Esquadra que tinha por missão eliminar o poder realista assentado no Vice-reinado do Peru, sendo sua contribuição decisiva na guerra, colaborando com os generais Bernardo O'Higgins e José de San Martín.

Aceitando o convite do Império Brasileiro, iniciou seus trabalhos pela liberdade do Brasil após o Decreto Imperial Brasileiro de 21 de março de 1823, que conferiu a patente - única na história naval brasileira - de Primeiro-Almirante: como indicado, mais recentemente, na página número 3 do "Catálogo do Arquivo Cochrane" , edição que é apresentada pelo Contra-Almirante (IM) Diretor, José Martins de Aguiar com as seguintes palavras iniciais [N.B.: obra em domínio público, nos termos da legislação autoral brasileira]:

"Em 1968, foi a Direção do Serviço de Documentação Geral da Marinha alertada, pela ilustre historiadora Professora ANTÔNIA FERNANDA PACCA DE ALMEIDA WRIGHT, para importantíssima documentação do Arquivo Cochrane, hoje recolhida ao SCOTTISH RECORD SERVICE em Edimburgo, Escócia."

"De imediato, percebeu o então Diretor do SDGM, Vice-Almirante (RRm) LEVY ARAÚJO DE PAIVA MEIRA, ser aquele arquivo fundamental ao estudo da participação da Marinha Imperial nas lutas da Independência e na manutenção da unidade nacional, portanto repositório de vasta documentação até a época fora do alcance dos historiadores brasileiros."

"Graças à prestimosa e diligente colaboração do nosso Adido Naval em Londres, na ocasião o Capitão-de-Mar-e-Guerrra Haroldo Ramos e à boa vontade da Diretoria do arquivo escocês, foi microfilmada a íntegra dos documentos referentes à América do Sul."

"O criterioso trabalho de catalogação da parte brasileira, realizado durante dois anos pela Professora JUANITA BARRAL DODD FARAH permitiu que, na ocasião em que a Marinha festivamente comemora o bicentenário do seu Primeiro-Almirante Lord THOMAS COCHRANE (1775-1860) possa o Serviço editar o Catálogo do Arquivo Cochrane, com o qual, homenageando o Marinheiro incomparável, coloca à disposição dos estudiosos do conturbado mas memorável período da história pátria em que ele marcantemente atuou, fontes indispensáveis aos seus trabalhos."[5]

Américo Jacobina Lacombe, na contracapa do volume 327 da Brasiliana diz - "LORD COCHRANE, fundador da Marinha do Brasil"… "um herói autêntico no velho estilo europeu".

José Bonifácio de Andrada e Silva, ministro do Interior e Relações Exteriores do Brasil, em carta datada de 13 de setembro de 1822 convidou, em nome do Governo Brasileiro, para que entrasse a serviço do Brasil: indicação no fichário 1/5/450/63 Data: 1822/11/4, Serviço de Documentação Geral da Marinha, 1975. [Admissão no Serviço Imperial do Brasil e ordem para que assuma, imediatamente, o Comando-em-Chefe da Esquadra, embarcando na nau Pedro I - Indicação no fichário: Anexo 2 7/6/243/45-55—Assunção do Comando-em-Chefe da Esquadra, devendo içar sua insígnia a bordo da nau - Indicação no fichário: Anexo 3 7/6/243/45-55—Comando da Esquadra Imperial Brasileira - é dado a Lord Cochrane o tratamento de Comandante-em-Chefe da Esquadra - Indicação no fichário: Anexo 4 7/6/243/45-55 (Catálogo do Arquivo Cochrane p. 3 e p. 63)].

Tomou parte nas lutas da independência da Bahia e do Maranhão em 1823. Elevado pelo imperador D. Pedro I ao grau nobiliárquico de Marquês do Maranhão em 25 de novembro de 1823 [Indicação no fichário: 8/6/245/229 1823/11/25].


Armas do marquês do Maranhão, as mesmas da família Cochrane (modificadas.
Armas do conde de Dundonal e , portanto, da família Cochrane.Entre 1823 e 1825, Cochrane ajudou os independentistas brasileiros, lutando contra a frota naval lusitana. Também combateu em Pernambuco em 1824 a Confederação do Equador, no Nordeste brasileiro, ajudando a derrotá-la.Infelizmente, Cochrane só conseguiu ser pago na totalidade pelos seus serviços 60 anos depois - e isto após "restaurar os autos que se extraviaram 3 vezes - mas ele tivera o cuidado de ter cópia autenticada, pelas autoridades brasileiras, pelo que logrou tais restauros dos autos e final pagamento".

Pelo Ofício n°. 301 de 5 de novembro de 1825 Lord Cochrane registrou ter informado via carta-duplicata de 28 de junho de 1825 as causas de levar a Fragata Piranga para um porto na Inglaterra e explicou ao Ministro da Marinha do Brasil que a presença da Fragata Piranga, tão perto das praias de Portugal, teria grande efeito no reconhecimento da Independência do Brasil. Em seguida solicita que transmita ao Imperador suas congratulações pela restauração da Paz e Amizade entre Brasil e Portugal (Tratado do Rio de Janeiro, assinado em 29 de agosto de 1825, foi firmado entre Brasil e Portugal com a mediação do Reino Unido ), informa que o departamento naval não deixou nada por fazer, antes de sua partida do Maranhão, não havendo nenhum inimigo no território brasileiro, nenhum navio hostil em seus mares e nenhuma dissensão interna e que, naquele momento, por força do decreto de 27 de fevereiro de 1824, termina sua autoridade como comandante-em-chefe da Esquadra Brasileira. Finalmente informa que, a vista do primeiro vento favorável depois do dia 10 de novembro de 1825 a Fragata Piranga tem ordem de partir [Indicação no fichário: 2/5/451/103-104].

Após finalizar sua participação no Brasil, dois anos mais tarde, intervém na guerra de Independência da Grécia, enfrentando, nesta oportunidade, os navios do Império Otomano (1827-1828).

Regressou ao Reino Unido em 1830. Em 1831, com a morte de seu pai, tornou-se o Décimo Conde de Dundonald. Em 1832 foi readmitido na Marinha Real Britânica.

Assumiu seu último comando em 1847 - Commander-in-Chief of North American and West Indies Station. Durante a Guerra da Criméia o governo divulgou a possibilidade de Cochrane ser designado para o Comando da Frota do Báltico. Isto bastou: com sua reputação - sem rival em Guerra Costeira - a Rússia, corretamente, interpretou que isto era uma ameaça a sua capital, São Petersburgo. Cochrane foi um dos mais ilustres e audazes heróis navais - e político reformista - do Reino Unido.



Morreu em Londres em 1860 aos 85 anos durante uma cirurgia para extração de cálculos renais.

Sua sepultura na Abadia Real - WESTMINSTER ABBEY

Tem dimensões somente igualadas por outras duas, também no eixo central da nave:

A Sepultura dos Soldados Desconhecidos e, ao meio da nave, a do Doutor Livingstone.

Mas a de THOMAS COCHRANE é a PRIMEIRA de frente ao altar.
E fica no Centro da nave:

THE FIRST BEFORE THE MAIN ALTAR; FIRST AT THE CENTRAL ROW AT CENTRE OF NAVE. (EQUAL IN SIZE ONLY TO THE UNKNOWN SOLDIER AND DR. DAVID LIVINGSTONE'S): GRAVE # 88 (REF.: WESTMINSTER ABBEY OFFICIAL GUIDE)

Seu epitáfio é de autoria de Sir Lyon Playfair
HERE RESTS IN HIS 85TH YEAR THOMAS COCHRANE TENTH EARL OD DUNDONALD BARON COCHRANE OF DUNDONALD OF PAISLEY AND OF OCHILTREE IN THE PEERAGE OF SCOTLAND MARQUESS OF MARANHAM IN THE EMPIRE OF BRAZIL G.C.B. AND ADMIRAL OF THE FLEET WHO BY THE CONFIDENCE WHICH HIS GENIUS HIS SCIENCE AND EXTRAORDINARY DARING INSPIRED, BY HIS HEROIC EXERTIONS IN THE CAUSE OF FREEDOM AND HIS SPLENDID SERVICES ALIKE TO HIS OWN COUNTRY GREECE, BRAZIL, CHILI AND PERU ACHIEVED A NAME ILLUSTRIOUS THROUGHOUT THE WORLD FOR THE COURAGE PATRIOTISM AND CHIVALRY.

BORN DEC 4TH, 1775 DIED OCT 31ST, 1860




No altar da Abadia de Westminster, onde William e Kate se casaram, o primeiro túmulo que se vê é o de lorde Thomas Cochrane (1775-1860), conhecido no Brasil como Marquês de Maranhão. Cochrane foi oficial da Marinha britânica e é considerado fundador da Marinha do Brasil. Para Gilberto Freyre, o Brasil é mais anglófono do que imagina.

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