Beechcraft entra na Justiça para suspender contrato da Força Aérea com a Embraer
DA REUTERS
DE SÃO PAUL
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A Beechcraft está processando a Força Aérea dos Estados Unidos, para mais uma vez tentar paralisar o contrato vencido pela Embraer e a sua parceira americana, a SNC (Sierra Nevada Corporation), para produzir 20 aviões Super Tucano que serão usados em missões no Afeganistão.
A empresa entrou na Corte de Reivindicações Federais americana ontem, quarta-feira (20), contra a decisão. É a segunda vez que a Beechcraft tenta cancelar a segunda licitação vencida pela empresa brasileira.
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Na segunda da semana passada, o órgão responsável por auditar licitações de governo --GAO (Government Accountability Office)-- determinou a suspensão dos trabalhos de produção do avião após a Beechcraft questionar formalmente a licitação.
A medida automática foi revertida na sexta pela própria Força Aérea americana, sob o argumento de que o programa é estratégico e de interesse para a segurança nacional. A Embraer e a SNC retomaram a produção das aeronaves no mesmo dia.
Avião Super Tucano da Embraer
O processo na Justiça visa suspender o contrato enquanto o o GAO não se decidir sobre o caso --ele tem 90 dias para isso.
A Força Aérea disse que está ciente do processo da Beechcraft, mas continua confiante sobre como se deu a competição, e planeja continuar trabalhando no contrato.
"A Sierra Nevada vai continuar trabalhando no contrato na ausência de novas orientações jurídicas", disse o porta-voz Ed Gulick. "A ordem que fez o contrato voltar a valer foi emitida para honrar um compromisso crítico, em um momento sensível, para fornecer capacidade de suporte aéreo à Força Aérea afegã."
IMBRÓGLIO
A fabricante brasileira de aeronaves já havia vencido um contrato inicial de US$ 355 milhões em dezembro de 2011, mas a Beechcraft entrou na Justiça e conseguiu primeiro suspender e depois anular a concorrência.
A Força Aérea americana refez o processo, aumentando as exigências --o que beneficiava a brasileira-- e o valor do contrato, e a Embraer foi novamente anunciada como vencedora.
Anteriormente conhecida como HB (Hawker Beechcraft), a empresa americana acabou de sair de um processo de concordata em fevereiro. Ela concorreu com a aeronave AT-6, que ainda está em fase de desenvolvimento.
SUPER TUCANO
O Super Tucano, por sua vez, tem mais de 180 mil horas de voo --das quais 28 mil em combate--, está em operação em nove forças aéreas da América Latina, da África e da Ásia e possui 160 unidades entregues em todo o mundo.
O novo contrato, de US$ 427,5 milhões, envolve a compra de 20 aeronaves, peças e serviços de manutenção. Os Super Tucano estão sendo construídos na fábrica da Embraer na Flórida e esta é a primeira venda da empresa brasileira para a Defesa americana.
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