NOSSA REGIÃO
Jornal O VALE
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February 12, 2012 - 02:00
Casas flutuantes levam cor à represa
Thiago Leon
Construtores da região começam a padronizar as unidades, que chegam a R$ 20 mil; ambientalista critica uso das casas
Xandu AlvesSão José dos Campos
Estradas de terra, estreitas e sinuosas são o caminho até o paraíso: um oceano de água doce com 224 quilômetros quadrados encravado no Vale do Paraíba e rodeado pela Mata Atlântica.
Ecologicamente considerada uma das mais bem conservadas do Brasil, a represa de Paraibuna atrai turistas da região e de fora dela. Eles buscam repouso e pescaria em um ambiente natural.
É para eles que cresce na região a construção de uma forma original de abrigo, as casas flutuantes. Feitas de madeira e tambores de plástico, as casas coloridas dão um toque bucólico à paisagem da mata.
Elas se espalham pelas margens da represa, amarradas aos barrancos, e servem de casa para pescadores durante a estadia na região. Para eles, sentar-se no píer de uma delas e vislumbrar a beleza da represa é como manter o tempo em suspenso.
“Não vejo a hora passando quando estou aqui”, diz o comerciante Rafael Faitarone, 37 anos, de São Paulo. “Parece que o dia rende mais do que na tumultuada capital.”
Formato. A maioria das casas flutuantes tem entre 20 e 60 metros quadrados, acomodações simples e uma pequena plataforma para abrigar o pescador e seus utensílios. Mas também há casas de mais de 100 m² e cômodos como quartos, sala, cozinha e banheiro, todos mobiliados.
As unidades são vendidas por até R$ 20 mil e os compradores ainda pagam uma mensalidade em torno de R$ 170 para deixá-las na represa, incluindo gastos com água e energia elétrica. Eles normalmente ocupam a casa nos finais de semana, em feriados e nas férias. Para passar o dia, o valor cobrado por pessoa é de R$ 30.
Há desde construções rudimentares quanto casas flutuantes dotadas de sistema de filtragem de dejetos e resíduos para evitar lançamento de impurezas na represa.
Padrão. Com quase 10 anos de experiência na fabricação de casas flutuantes, o empresário Henrique Tuan, 42 anos, de Taubaté, defende a padronização dos projetos e a fiscalização das unidades para evitar problemas ambientais.
“Há formas de manter a casa sem qualquer resíduo poluidor. A tecnologia serve para isso, mas deveria haver um padrão a ser seguido”, afirma.
Para ele, as casas são um importante instrumento de atração turística para cidades como Paraibuna, Redenção da Serra e Natividade da Serra, que concentram a maioria dos fabricantes.
“A casa flutuante proporciona um ótimo lugar para sua pesca e descanso”, diz.
Ele conta que leva em torno de um mês para construir uma unidade, usando vigas, tábuas e caibros e madeira OSB, tipo de aglomerado de alta resistência e tolerância a intempéries.
A flutuação é feita com tambores plásticos reciclados e lavados antes de ir para água. Cada um deles aguenta em torno de 200 quilos. Uma casa média de 36 m² conta com 40 tambores, sustentando 8 toneladas --3 toneladas para a casa e o restante em mobília e ocupantes. Tuan já fez 53 casas e arrisca dizer que existam cerca de 400 unidades espalhadas pela represa. Ele usa um sistema de filtro com manta acrílica, pedras e areia para limpar aos resíduos da casa. Um tambor com os materiais recebe os resíduos e processa a filtragem, sobrando água limpa de volta à represa. “Tenho muita preocupação com o meio ambiente, justamente para manter as casas flutuantes um negócio coerente e rentável.”
Dono de uma casa flutuante na represa há dois anos, o montador Paulo Freitas, 34 anos, de Taubaté, esquece até de usar camisa quando está na casa. “Venho quase todos os finais de semana relaxar e pescar. Não tem lazer melhor.”
Fiscalização. As casas flutuantes não são consenso. Presidente do Instituto Eco-solidário e membro do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), Jeferson Rocha, considera as unidades uma “ocupação irregular com prejuízos à fauna, flora e à estabilidade geológica da represa”.
Questionada na quinta-feira, a Cesp (Companhia Energética de São Paulo), que administra a represa, enviou técnicos ao local ontem, mas não comentou até sexta à noite.
Estradas de terra, estreitas e sinuosas são o caminho até o paraíso: um oceano de água doce com 224 quilômetros quadrados encravado no Vale do Paraíba e rodeado pela Mata Atlântica.
Ecologicamente considerada uma das mais bem conservadas do Brasil, a represa de Paraibuna atrai turistas da região e de fora dela. Eles buscam repouso e pescaria em um ambiente natural.
É para eles que cresce na região a construção de uma forma original de abrigo, as casas flutuantes. Feitas de madeira e tambores de plástico, as casas coloridas dão um toque bucólico à paisagem da mata.
Elas se espalham pelas margens da represa, amarradas aos barrancos, e servem de casa para pescadores durante a estadia na região. Para eles, sentar-se no píer de uma delas e vislumbrar a beleza da represa é como manter o tempo em suspenso.
“Não vejo a hora passando quando estou aqui”, diz o comerciante Rafael Faitarone, 37 anos, de São Paulo. “Parece que o dia rende mais do que na tumultuada capital.”
Formato. A maioria das casas flutuantes tem entre 20 e 60 metros quadrados, acomodações simples e uma pequena plataforma para abrigar o pescador e seus utensílios. Mas também há casas de mais de 100 m² e cômodos como quartos, sala, cozinha e banheiro, todos mobiliados.
As unidades são vendidas por até R$ 20 mil e os compradores ainda pagam uma mensalidade em torno de R$ 170 para deixá-las na represa, incluindo gastos com água e energia elétrica. Eles normalmente ocupam a casa nos finais de semana, em feriados e nas férias. Para passar o dia, o valor cobrado por pessoa é de R$ 30.
Há desde construções rudimentares quanto casas flutuantes dotadas de sistema de filtragem de dejetos e resíduos para evitar lançamento de impurezas na represa.
Padrão. Com quase 10 anos de experiência na fabricação de casas flutuantes, o empresário Henrique Tuan, 42 anos, de Taubaté, defende a padronização dos projetos e a fiscalização das unidades para evitar problemas ambientais.
“Há formas de manter a casa sem qualquer resíduo poluidor. A tecnologia serve para isso, mas deveria haver um padrão a ser seguido”, afirma.
Para ele, as casas são um importante instrumento de atração turística para cidades como Paraibuna, Redenção da Serra e Natividade da Serra, que concentram a maioria dos fabricantes.
“A casa flutuante proporciona um ótimo lugar para sua pesca e descanso”, diz.
Ele conta que leva em torno de um mês para construir uma unidade, usando vigas, tábuas e caibros e madeira OSB, tipo de aglomerado de alta resistência e tolerância a intempéries.
A flutuação é feita com tambores plásticos reciclados e lavados antes de ir para água. Cada um deles aguenta em torno de 200 quilos. Uma casa média de 36 m² conta com 40 tambores, sustentando 8 toneladas --3 toneladas para a casa e o restante em mobília e ocupantes. Tuan já fez 53 casas e arrisca dizer que existam cerca de 400 unidades espalhadas pela represa. Ele usa um sistema de filtro com manta acrílica, pedras e areia para limpar aos resíduos da casa. Um tambor com os materiais recebe os resíduos e processa a filtragem, sobrando água limpa de volta à represa. “Tenho muita preocupação com o meio ambiente, justamente para manter as casas flutuantes um negócio coerente e rentável.”
Dono de uma casa flutuante na represa há dois anos, o montador Paulo Freitas, 34 anos, de Taubaté, esquece até de usar camisa quando está na casa. “Venho quase todos os finais de semana relaxar e pescar. Não tem lazer melhor.”
Fiscalização. As casas flutuantes não são consenso. Presidente do Instituto Eco-solidário e membro do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), Jeferson Rocha, considera as unidades uma “ocupação irregular com prejuízos à fauna, flora e à estabilidade geológica da represa”.
Questionada na quinta-feira, a Cesp (Companhia Energética de São Paulo), que administra a represa, enviou técnicos ao local ontem, mas não comentou até sexta à noite.
ACABAR COM AS CASAS FLUTUANTES SOBRE AS AGUAS DOS RIOS, QUE JÁ ESTÃO SE TORNANDO FAVELAS FLUTUANTES, ATÉ SENDO ALUGADAS .
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