sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

IMPOSTO, PEDÁGIO, CONDOMÍNIO NO PINHEIRINHO???






REGIÃO
Jornal O VALE

January 27, 2012 - 03:12

Ex-invasores dizem que pagavam ‘condomínio’

O que sobrou do Pinheirinho
Cláudio Vieira

Taxa de R$ 10 por residência e R$ 30 por comércio seria cobrada mensalmente; líder dos sem-teto nega
São José dos Campos
As lideranças do antigo acampamento sem-teto do Pinheirinho levantavam aproximadamente R$ 19 mil por mês cobrando ‘taxas de condomínios’ dos invasores. As verbas, segundo justificavam, eram destinadas a ações do grupo na tentativa de regularizar a ocupação.
Cada casa tinha que contribuir com R$ 10 ou mais, enquanto dos comércios era solicitado R$ 30.
A coordenação do acampamento também recebia 30% em negociações de imóveis.
Por exemplo, conforme narrou uma ex-moradora da invasão a O VALE, ela comprou uma casa por R$ 4.000. Do total, R$ 1.200 foram para as lideranças, ficando o restante para o antigo dono.
Considerando-se, segundo censo oficial realizado pela Prefeitura de São José em 2010, que o Pinheirinho contava com 1.658 casas e 81 comércios, o valor arrecadado pela coordenação poderia chegar a R$ 19 mil mensalmente.
Um dos principais líderes do acampamento, Valdir Martins, o Marrom, nega a cobrança da taxa de condomínio, dizendo apenas que pedia contribuições aos sem-teto (leia texto nesta página).


Acusações. O VALE conversou com famílias e pessoas que moravam no Pinheirinho, hoje instaladas em abrigos, e elas afirmaram que a taxa era cobrada mensalmente.
“A gente pagava R$ 10 todo mês, que era para fazer passeata, para ir para Brasília, para legalizar o bairro”, afirmou uma mulher, que hoje está em um dos abrigos da prefeitura. “Se não pagasse, eles cobravam, em todas as reuniões. Tinha muita família que não podia deixar de dar leite para as crianças, e mesmo assim eles pediam todo mês”, afirmou.
Outra mulher, mais próximo à coordenação, afirmou que muitos questionavam a cobrança, por considerá-la injusta. “Dentro da coordenação mesmo a gente criticava. Não que o pessoal usasse para outra coisa, mas a gente não achava certo cobrar. Tinha muita gente lá dentro sem dinheiro nenhum”, disse.
Algumas das pessoas entrevistadas por O VALE afirmaram que não eram obrigadas a contribuir e que não havia sanção por isso, como um casal de idosos sem nenhuma renda. Mesmo assim, a cobrança era feita mensalmente.
O assunto sempre foi um tabu dentro do acampamento sem-teto. As lideranças exigiam que a cobrança da ‘taxa de condomínio’ fosse assunto restrito aos invasores.


Marron nega cobrança e diz que pedia ajudaSão José dos Campos
Líder do acampamento sem-teto do Pinheirinho, Valdir Martins, o Marrom, negou a cobrança da ‘taxa de condomínio’, acusando as fontes ouvidas por O VALE de mentirosas, “pessoas de fora”.

“São pessoas de fora, que junto com a polícia e a prefeitura, estão fazendo isso. A prefeitura e a polícia querem justificar o que fizeram tentando caluniar o movimento”, disse.
Marrom afirmou que “nunca” cobrou taxa obrigatória. “A gente pedia uma ajuda. Sindicato tem taxa, igreja tem o dízimo, outros condomínios tem taxa, mas aqui não. Nós podíamos ter cobrado, mas nunca cobramos”, afirmou.
Semana passada, O VALE revelou que Marrom é diretor ‘fantasma’ no Sindicato dos Metalúrgicos de São José e tem casa própria e carro.

Idoso fica sem ambulância e perde exames marcados
Bruno Castilho
Bom Dia São José
O aposentado João José da Silva, de 86 anos, ficou sem ambulância para levá-lo ao hospital Antoninho Rocha Marmo, onde faria exames, na manhã de ontem. Ele sofre de câncer na próstata há cinco anos e hoje vive em uma cama.
A ambulância deveria buscar o idoso por volta das 6h mas não apareceu. Segundo Altamira da Silva, 70 anos, mulher do aposentado, os exames demoram dois meses para serem marcados novamente.
Altamira ligou no posto médico do bairro Novo Horizonte, próximo ao Jardim Cerejeiras, onde mora na zona leste, para saber o motivo da falta de ambulância e ouviu que o veículo tinha sido queimado por moradores do Pinheirinho.

Outro lado. A secretaria de saúde da prefeitura informou, em nota, que parte das 13 ambulâncias das Unidades de Pronto Atendimento está sendo utilizada para apoio às famílias do Pinheirinho e que essa é uma situação atípica.
A nota explicou ainda que no momento do transporte foi preciso fazer uma transferência de paciente com urgência e que o exame será remarcado o mais breve possível

ACESSE:- http://www.youtube.com/watch?v=kVe_UxICXjY

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