A história azedou...
13 Janeiro 2012 Última atualização em 13 Janeiro 2012
Seja na Inglaterra, no Irã, nos Estados Unidos e até no Brasil, quando a sabedoria é grande demais acaba engolindo o dono. Na Argentina, sem dúvida nenhuma, não seria diferente, e que o diga a mídia portenha ao afirmar para o mundo inteiro que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, estava sob forte suspeita de ter se submetido a uma cirurgia para extinguir um câncer simplesmente inexistente. Ao receber alta, no sábado passado, Cristina foi transportada para a residência oficial, depois de 72 horas de internação no Hospital Austral, que fica a 50 quilômetros de Buenos Aires, após ser submetida a uma cirurgia para a retirada da tireoide.
Causou estranheza aos espe-cialistas, já na sexta-feira, quan-
do os médicos argentinos, que a acompanhavam, afirmarem publicamente que a presidente não teve complicações e que
teria alta naquele mesmo dia, acrescentando que a presidente teria passado por uma tireoidectomia, que consiste na remoção completa da tireoide, e que tinha sido detectado um tumor na glândula de Cristina. Para os médicos argentinos, algo estranho deve ter acontecido porque, no dia seguinte ao procedimento cirúrgico, já tinham sido retirados as sondas e o soro, o que não é um procedimento
normal.
do os médicos argentinos, que a acompanhavam, afirmarem publicamente que a presidente não teve complicações e que
teria alta naquele mesmo dia, acrescentando que a presidente teria passado por uma tireoidectomia, que consiste na remoção completa da tireoide, e que tinha sido detectado um tumor na glândula de Cristina. Para os médicos argentinos, algo estranho deve ter acontecido porque, no dia seguinte ao procedimento cirúrgico, já tinham sido retirados as sondas e o soro, o que não é um procedimento
normal.
Ainda na sexta-feira, o porta-voz da Presidência, Alfredo Scoccimaro, anunciou que Cristina Kirchner simplesmente não tinha câncer, contradizendo o diagnóstico anterior que levou grande parte dos argentinos a rezar na porta do hospital, participando de uma vigília para livrá-la dos tumores na tireoide. O próprio porta-voz, no entanto, se encarregou publicamente de dizer que “o exame definitivo havia constatado a presença de nódulos em ambos os lóbulos, mas que estava descartada a presença de células cancerígenas, modificando o diagnóstico”. Perdido, Alfredo Scoccimaro, depois de ler o quarto boletim, afirmou que a presidente tivera adenomas foliculares, ou seja, tumores benignos, e não um carcinoma papilífero, que é o câncer, que ele havia afirmado com ênfase.
Diante do diz e desdiz do porta-voz, e até a presidente Cristina, demonstrando força ao tornar público que iria se submeter a uma cirurgia para extinguir um câncer, no domingo, depois de tantas versões, a Casa Rosada resolveu divulgar um comunicado oficial em que ressaltava o resultado da punção realizada, antes da cirurgia, acrescentando que a presença de um tumor maligno na tireoide da presidente estava dentro de 2% das estatísticas categorizadas como se fosse um erro médico. O governo passou, então, a se desdobrar para prevalecer a informação de que o exame prévio ao procedimento cirúrgico, que revelava o diagnóstico inicial como “tireoide lóbulo direito setor meio-superior, mostrando citologia compatível com carcinoma papilífero de células foliculares, é o câncer.
Sem demonstrar que está ino-
cente, e sob a suspeita de um diagnóstico de câncer que nunca existiu, a presidente Cristina Kirchner poderá até enfrentar um movimento para retirá-la da Casa Rosada, onde até os aliados ficaram indignados com a possibilidade de uma farsa, o que a levaria a perder a confiança dos argentinos, que começaram a cobrar os fatos para que a mancha não entre na bandeira do país no mundo inteiro.
cente, e sob a suspeita de um diagnóstico de câncer que nunca existiu, a presidente Cristina Kirchner poderá até enfrentar um movimento para retirá-la da Casa Rosada, onde até os aliados ficaram indignados com a possibilidade de uma farsa, o que a levaria a perder a confiança dos argentinos, que começaram a cobrar os fatos para que a mancha não entre na bandeira do país no mundo inteiro.
Como se não bastasse, o diagnóstico sob suspeita desencadeou um debate cujo ponto principal é se seria ou não necessária a cirurgia a que a presidente foi submetida.
Ou seja, quando a mentira é grande, acaba engolindo os donos.
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