DE SÃO PAULO
Em vídeo inédito divulgado nesta sexta-feira pela polícia do Rio, Wellington Menezes de Oliveira, 23, que matou 12 estudantes em um massacre em Realengo no último dia 7, conclama seus "irmãos" --pessoas "humilhadas", que ele chama de "fiéis"-- a se unir contra aqueles que cometem violência e discriminação --os "infiéis".
"Que sirva de lição", diz atirador em vídeo
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Atirador do Rio diz em vídeo que ajudaria "irmãos mais fracos"
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Para isso, ele faz apologia do uso de armamentos e explosivos. No vídeo de seis minutos, o mais longo dos divulgados hoje, Wellington lê uma espécie de discurso, em que começa dizendo que é contra a violência "injusta" e que não foi responsável pelas mortes. Este é o sétimo vídeo de Wellington divulgado.
Todo o "discurso" tem tom religioso mas, ao mesmo tempo, critica as religiões que, para Wellington, deturparam a mensagem de Jesus Cristo. Ele se apresenta como vítima e como alguém que deu sua vida para 'salvar os irmãos'.
"Eu tinha um emprego, tinha uma casa, tudo o que uma pessoa precisa para viver bem. Mas não poderia viver bem sabendo que vocês sofrem todos os dias nas mãos dos infiéis. Por isso resolvi fazer algo para balançar esse cenário cruel", afirma.
Por fim, Wellington chama de "ícones na luta contra os infiéis" o sul-coreano Cho Seung-hui e Edmar Aparecido Freitas. O primeiro matou estudantes no campus da Virgínia Tech, nos Estados Unidos; o brasileiro foi o autor de atentado em uma escola de Taiúva, no interior paulista.
VÍDEOS
Em outros vídeos divulgados pela polícia nesta sexta-feira, o atirador relembra humilhações sofridas na escola, lê um esboço da carta que foi encontrada em seu corpo no dia do massacre, e diz que ajudaria "irmãos mais fracos".
Em outra gravação, o atirador diz que quer que o "ocorrido sirva de lição".
No primeiro vídeo do atirador, divulgado na terça-feira (12) pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, Wellington aparece sem barba e fala sobre o planejamento do crime. Ele diz que gravou o vídeo dois dias antes do massacre.
Na quarta-feira (13), outro vídeo de Wellington foi antecipado pela Folha. Segundo a polícia, o vídeo provavelmente foi gravado antes de julho de 2010, o que indica que o crime já era planejado no ano passado.
MASSACRE
A tragédia ocorreu por volta das 8h30 do dia 7 de abril, após Wellington entrar na escola onde cursou o ensino fundamental e dizer que buscaria seu histórico escolar. Depois, disse que daria uma palestra e, já em uma sala de aula, começou a atirar nos alunos.
Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial Márcio Alexandre Alves relatou que Oliveira chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam escondidos. O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira se matou com um tiro na cabeça.
Em carta (leia íntegra aqui), o criminoso fala em "perdão de Deus" e diz que quer ser enterrado ao lado de sua mãe.
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