"Eu pensei em suicídio", diz "Zangief Kid"
(VÍDEO)
Talvez você não conheça Casey Heynes, mas conhece alguém que tem uma história muito parecida com a da atual celebridade do YouTube, também conhecida como "Zangief Kid".
Na semana passada, o jovem se tornou o herói e ícone de milhões de pessoas na internet após aparecer em um video onde reage a uma prática de bullying em seu colégio.
No vídeo, após ser socado por outro garoto, Heynes o agarra e o arremessa contra o chão. As imagens abriram espaço para uma nova discussão sobre o bullying. O golpe deu origem a seu apelido, em alusão ao celebre personagem do game "Street Fighter", o russo Zangief.
Na última semana, Heynes, que tem apenas 15 anos, concedeu uma entrevista para o programa ACA Sunday, falando sobre o fato e contando um pouco sobre sua vida.
Durante a entrevista, o adolescente fala sobre o dia-a-dia que leva na sua escola e nos constantes xingamentos e agressões que recebe. Aquele teria sido mais um dia comum se não fosse a reviravolta que a reação de Heynes provocou.
O jovem afirma que sofre bullying desde a segunda série do ensino fundamental e que, por isso, já tentou o suicídio há um ano atrás. O que o fez repensar a questão foi sua irmã.
A família apenas soube que o filho era vítima de bullying após ver o vídeo na internet.
BULLYING
Prática comum não só nas escolas europeias e americanas, o bullying também é conhecido por estudantes brasileiros e paraenses que passam sua vida escolar sofrendo com agressões físicas e verbais sem ao menos ter força ou coragem para revidar.
Segundo uma pesquisa realizada pela Unesco, pelo menos 28% dos estudantes brasileiros entre a 5ª e a 8ª série já sofreram maus-tratos e 17% dos estudantes já estiveram envolvidos em bullying, como agressores ou vítimas.
O que mais choca pais e pesquisadores é a prática do cyber-bullying ou bullying virtual que, segundo a pesquisa, é um dos mais comuns no Brasil. Cerca de 18% dos alunos entrevistados se declaram praticantes e chegam às vítimas via e-mail pessoal, redes sociais e salas de bate-papo.
Sem grandes perspectivas, as crianças acabam perdendo o interesse na escola e adquirindo problemas como baixa auto-estima e um sentimento de rejeição, que pode evoluir para algum tipo de transtorno ou chegar ao suicídio.
Pouquíssimas vezes a prática chega ao conhecimento dos pai,s que não entendem os sinais que o filho inconscientemente dá quando é vítima de bullying.
Nos Estados Unidos, adolescentes gays, que chegam a sofrer ameaças de morte, largam os estudos com medo de uma possível ação mais séria por parte dos agressores.
"IT GETS BETTER"
É fato que a escola não representa toda a existência de um indivíduo, mas é nela que as crianças e os jovens ganham a capacidade de olhar para o futuro e enxergam aquilo que desejam para si.
Pensando nisso, um projeto voltado aos adolescentes gays, chamado "It gets better", busca mostrar para as vítimas de bullying que a escola é apenas o começo da vida e que as coisas tendem a melhorar no decorrer da vida.
Mesmo tendo como público alvo esses adolescentes, a mensagem é estendida a todas as crianças e jovens que perdem as perspectivas graças à atitude irresponsável de outras crianças.
É preciso ficar de olho e conversar com os filhos para que esse tipo de prática não gere problemas sérios na formação da criança e consequências mais graves para a família.
(Yggor Araújo/DOL)
Assista à entrevista que Casey Heynes concedeu ao ACA Sunday, clicando no ícone abaixo:
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