Ânimos continuam acesos no Médio Oriente e Norte de África
25 Março 2011 | 19:47
Carla Pedro - cpedro@negocios.pt
Os conflitos no Médio Oriente e Norte de África parecem não ter fim à vista. O petróleo ganha terreno com as notícias provenientes desta região, uma vez que os investidores receiam que a oferta de matéria-prima sofra uma perturbação adicional.
Hoje, na Líbia, Síria e Iémen, o desafio aos regimes prosseguiu. E a violência também. Mas há outras nações onde os ânimos continuam exaltados e onde prosseguem os Dias da Ira. Desde a Tunísia e do Egipto - onde os líderes Ben-Ali e Hosni Mubarak, foram derrubados -, foram já muitos os povos do mundo árabe que se atreveram a desafiar os seus líderes.
Hafsa Rehane, do Bahrein, comentou ao Negócios, via Facebook, que hoje estavam agendados novos protestos no país. “Continuem a rezar por nós, porque precisamos das vossas orações”, pediu esta muçulmana sunita, que tem denunciado as “matanças” levadas a cabo pelo regime do rei Hamad Bin Isa Al-Khalifa.
Na Síria, a CNN reporta que pelo menos 24 pessoas foram hoje mortas nas manifestações de protesto contra o presidente Bashar al-Assad. E na Líbia, o líder Muammar Kadhafi continua a desafiar os ataques aliados, com os combates em Misrata a adensarem-se.
Na Palestina, por seu lado, a terceira Intifada tem data marcada, reporta a agência Lusa. Com efeito, uma página no Facebook apela à unidade entre palestinianos para o início de uma terceira Intifada, agendada para 15 de Maio, refere a mesma fonte. A data comemora o aniversário da Al Nakba (“catástrofe” em árabe), marcando o dia da fundação do Estado de Israel, em 1948.
Cheiro do jasmim continua a propagar-se
Tudo começou com a revolução do Jasmim na Tunísia, depois seguiu-se o Egipto e entretanto a onda de descontentamento popular perante os seus regimes – se bem que com contornos diferentes – foi-se estendendo.
Entre outros países onde têm sido observadas manifestações de descontentamento, com movimentos de contestação nas ruas marcados, frequentemente, através das redes sociais, contam-se, por exemplo, a Jordânia, Marrocos, Irão, Omã e Argélia.
Os receios de que outras importantes regiões produtoras de petróleo – a Líbia é o terceiro maior produtor de África e o 12º a nível mundial – possam vir a registar pertubações na sua oferta tem impulsionado as cotações do “ouro negro”, pois a capacidade extra da OPEP (cinco milhões de barris por dia) poderá não chegar para colmatar um corte de fornecimento de grandes dimensões.
A Arábia Saudita disse que poderia colmatar a lacuna de fornecimento da Líbia, mas o próprio regime tem sido alvo de protestos, pelo que toda esta instabilidade geopolítica está a ter um efeito de rastilho sobre os preços do crude, que se têm mantido assim acima do patamar dos três dígitos.
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