- Atualizado em
22/03/2011 19h44
Dono exige distância e condição especial para emprestar 'Abaporu'
Quadro integra mostra de artistas brasileiras no Palácio do Planalto.
Público poderá ver exposição com 80 obras a partir desta quinta (24).
O argentino Eduardo Constantini, proprietário do quadro "Abaporu", de Tarsila do Amaral, fez uma série de exigências para ceder a obra à exposição "Mulheres, artistas e brasileiras", que será aberta ao público nesta quinta (24), no segundo andar do Palácio do Planalto.
Montada a pedido da presidente Dilma Rousseff, como parte das comemorações do mês da mulher, a exposição faz uma homenagem às principais artistas plásticas brasileiras. Apresentada à imprensa nesta terça (22), a mostra reúne 80 obras, produzidas a partir do movimento modernista de 1922. No último sábado, recebeu a visita do presidente dos EUA, Barack Obama.
Segundo o curador da exposição, José Luis Hernández Alfonso, o "Aboporu" precisou ficar em uma parede separada, com uma distância de cerca de um metro do público. O translado do quadro, comprado pelo argentino por US$ 1,5 milhão em 1995, foi feito por policiais e batedores, apenas à noite.
Assim que chegou ao Palácio do Planalto sob forte esquema de segurança na última quarta-feira (16), a obra ainda precisou ficar por 24 horas fechada para que se adaptasse à umidade e à temperatura do local.
A exposição foi montada entre os dias 10 e 18 de março. Parte das paredes que estruturam a mostra foram trazidas de São Paulo pelo Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). O museu ainda cedeu 20 obras para a exposição, entre telas, esculturas, desenhos, fotografias, e tapeçarias de 49 autoras brasileiras.
"Esta é uma exposição de mulheres artistas. Não quer dizer que seja uma exposição feminista. A arte não tem gênero. O que decide a obra é a criatividade", afirmou o curador.
Dividida em seis partes, a exposição começa pelas pinturas, fazendo uma homenagem às artistas Anita Malfatti e Tarsila do Amaral.
A segunda parte é dedicada à técnica ao desenho. Logo em seguida, o visitante poderá conferir obras tridimensionais. Gravuras, fotografias e cultura popular vêm logo na sequência. A última parte da exposição é dedicada ao "Abaporu".
"Pensamos a exposição com o 'Abaporu' no fim para que as pessoas possam entrar e ver toda a exposição. Sabemos que esta é a obra mais esperada", disse o curador.
O curador da mostra, José Luis Hernández Alfonso
(Foto: Iara Lemos/G1)
A presidente Dilma, que, segundo o Planalto se empenhou pessoalmente para que a exposição fosse realizada, tem visitado com freqüência a mostra, quando está no Palácio.
"A presidente é uma pessoa muito culta, entende muito de arte, conhece os artistas. Ela gosta muito de vir aqui, ver a exposição, e eu fico muito honrado com isso", disse o curador.
A mostra ficará no Planalto de quinta (24) a 5 de maio, com visitação gratuita das 10h às 16h. Na quarta (23) à noite, a presidente Dilma Rousseff abre oficialmente a exposição, apenas para convidados, entre os quais o dono do "Abaporu", Eduardo Constantini.
Nenhum comentário:
Postar um comentário