sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

MORTE SÚBITA - LEIA E TOME OS DEVIDOS CUIDADOS!


Entenda o que pode levar à morte súbita cardíaca

Os infartos nem sempre são causados por doenças coronarianas.
Arritmia pode dar sinais prévios e ser controlada.


Tadeu Meniconi


Do G1, em São Paulo







Frequência cardíaca será avaliada (Foto: TV Globo/Reprodução)

As arritmias são batimentos irregulares do coração,

ora mais rápido, ora mais devagar (Foto: Arquivo)

O caso da britânica de 18 anos que morreu depois de seu primeiro beijo no namorado chama a atenção para os problemas cardíacos. A jovem levava uma vida saudável e praticava natação e hóquei, mas morreu por causa de uma parada cardíaca.


É um alerta de que nem sempre os ataques do coração são causados por sedentarismo e hábitos alimentares. Há várias doenças com causas genéticas que podem provocar a arritmia cardíaca. Elas podem, inclusive, provocar a morte súbita por falhas no músculo, e não pelo entupimento de algum canal sanguíneo. As doenças provocadas por defeitos no músculo do coração são chamadas de miocardiopatias.


Segundo o Dr. Fernando Cruz, chefe do setor de arritmia do Instituto Nacional de Cardiologia, há duas miocardiopatias que estão bastante relacionadas à morte súbita.

Na miocardiopatia hipertrófica, há um aumento no tamanho do músculo, o que causa arritmia. Na displasia arritmogênica do ventrículo direito, células do músculo cardíaco morrem e são substituídas por células adiposas – de gordura, mas sem nenhuma relação com a alimentação. Estas duas doenças podem ser detectadas por meio de exames e tratadas com medicamentos.


Cardiopatias primariamente elétricas

Mas há também doenças que não se tratam de falhas no músculo, e sim de falhas elétricas no funcionamento do coração. Elas são conhecidas como cardiopatias primariamente elétricas e não podem ser detectadas pela necrópsia, já que não há alteração visível no órgão.


“O coração estruturalmente é normal, mas eletricamente a ativação dele é anormal, porque existe uma mutação genética que determina que ocorram algumas alterações que possam causar a arritmia maligna”, explica o médico. Este tipo de doença pode se manifestar desde o período fetal até o período de adulto jovem.


Como tratar

A arritmia cardíaca apresenta sintomas como taquicardia, desmaios e convulsões. Este último, aliás, pode causar uma confusão perigosa no diagnóstico. “Em algumas crianças que têm arritmias graves, como os sintomas são parecidos, muitas vezes são rotuladas como epilepsia”, afirma Cruz.


O médico alerta que as crianças nem sempre sabem descrever o que sentem quando têm taquicardia. Elas podem simplesmente acusar dor no peito ou ficarem quietas de repente. Nesta hora, cabe aos pais colocar a mão no peito delas e conferir se o batimento está normal.

Quem pratica esportes regularmente e nota alguma coisa anormal em algum momento específico também tem que ficar em alerta.

Em caso de dúvidas, o ideal é sempre procurar um médico e, se preciso, um cardiologista. O exame de eletrocardiograma aponta possíveis doenças e existem medicamentos eficientes para tratá-la.


A morte súbita pode acontecer em casos de estresse e excitação – como pode ter sido o caso da britânica em seu primeiro beijo no namorado.

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