NOSSA REGIÃO
March 3, 2013 - 07:19
Executivo ‘mina’ poder da Câmara em São José com acordos
Arte Camara
Balanço de produtividade de 2012 revela que acordos políticos garantiram aprovação de todos os projetos encaminhados pelo ex-prefeito Eduardo Cury (PSDB); modelo já se repete no novo governo do PT
Chico Pereira
São José dos Campos
Balanço de produtividade da Câmara de São José dos Campos referente ao ano passado mostra o controle que o Executivo exerce sobre o Legislativo.
Dos 80 projetos que foram encaminhados pelo governo municipal do ex-prefeito Eduardo Cury (PSDB) para análise dos parlamentares, 71 foram aprovados.
Apenas nove propostas não foram votadas porque foram retiradas pelo próprio Executivo.
Isso aconteceu e deve se repetir no governo do prefeito Carlinhos Almeida (PT), graças aos acordos políticos formatados entre as duas esferas de poder que garantem ao Executivo ter maioria folgada na Casa Legislativa.
Esses acordos incluem a nomeação de pessoas indicadas pelos parlamentares para cargos comissionados na administração municipal e de obras e serviços em redutos eleitorais de vereadores.
Bancada.
Para evitar ‘sustos’ no Legislativo, nos últimos 16 anos, os governos tucanos amarraram a aprovação de projetos nas reuniões semanais de bancada.
Além de ter costurado ampla maioria no parlamento, Carlinhos também adotou a mesma prática.
Ele, inclusive, tem participado das reuniões de bancada, o que indica que o modelo de relação entre o governo e a Câmara permanece o mesmo do período tucano.
“Acho importante esse diálogo entre a Câmara e a prefeitura. É bom para a cidade”, afirmou o vereador Luiz Mota (DEM), integrante do bloco governista.
“Quando a proposta é polêmica, sempre discutimos e fazemos sugestões. O prefeito Carlinhos tem feito isso”, disse o parlamentar.
Para o cientista político José Maurício Cardoso do Rego, da Universidade de Taubaté, essa proximidade entre os dois poderes não é boa para democracia.
“Parece que o Legislativo virou um puxadinho do Executivo. Não é bom para a democracia”, disse.
São José dos Campos
Balanço de produtividade da Câmara de São José dos Campos referente ao ano passado mostra o controle que o Executivo exerce sobre o Legislativo.
Dos 80 projetos que foram encaminhados pelo governo municipal do ex-prefeito Eduardo Cury (PSDB) para análise dos parlamentares, 71 foram aprovados.
Apenas nove propostas não foram votadas porque foram retiradas pelo próprio Executivo.
Isso aconteceu e deve se repetir no governo do prefeito Carlinhos Almeida (PT), graças aos acordos políticos formatados entre as duas esferas de poder que garantem ao Executivo ter maioria folgada na Casa Legislativa.
Esses acordos incluem a nomeação de pessoas indicadas pelos parlamentares para cargos comissionados na administração municipal e de obras e serviços em redutos eleitorais de vereadores.
Bancada.
Para evitar ‘sustos’ no Legislativo, nos últimos 16 anos, os governos tucanos amarraram a aprovação de projetos nas reuniões semanais de bancada.
Além de ter costurado ampla maioria no parlamento, Carlinhos também adotou a mesma prática.
Ele, inclusive, tem participado das reuniões de bancada, o que indica que o modelo de relação entre o governo e a Câmara permanece o mesmo do período tucano.
“Acho importante esse diálogo entre a Câmara e a prefeitura. É bom para a cidade”, afirmou o vereador Luiz Mota (DEM), integrante do bloco governista.
“Quando a proposta é polêmica, sempre discutimos e fazemos sugestões. O prefeito Carlinhos tem feito isso”, disse o parlamentar.
Para o cientista político José Maurício Cardoso do Rego, da Universidade de Taubaté, essa proximidade entre os dois poderes não é boa para democracia.
“Parece que o Legislativo virou um puxadinho do Executivo. Não é bom para a democracia”, disse.
Polêmica marca última legislatura
Os quatro anos da última legislatura, entre 2009 e 2012, estão entre os mais polêmicos da história do Legislativo na cidade.
Na conta de temas desgastantes, está o concurso de 2009 para o preenchimento de cargos efetivos na Casa, que foi cancelado e lesou mais de 18.500 candidatos.
Outro episódio que provocou bastante desgaste na imagem dos parlamentares foi a aprovação dos supersalários de R$ 12.907,05, posteriormente revogado, após pressão popular.
A discussão para elevar o número de cadeiras da Câmara de 21 para 27 foi outro tema que causou embaraço para os parlamentares.
O número de cadeiras permaneceu o mesmo.
A Câmara de São José ainda se envolveu em outras polêmicas. Uma delas foi a tentativa de retomar, após lobby de mineradores, a atividade de mineração na cidade, que é proibida desde 1994, gerando críticas agudas de ambientalistas.
Zoneamento.
A votação da nova Lei de Zoneamento do município também provocou acirrados debates e rendeu questionamento judicial, em tramitação e que pode resultar em revogação da norma pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
A falta de transparência dos gastos dos gabinetes dos vereadores também rendeu críticas.
Na legislatura passada apenas o então vereador Cristiano Pinto Ferreira (PV) divulgava na internet os gastos do seu gabinete.
A atual presidente da Casa, vereadora Amélia Naomi (PT), disse que não há verba de gabinete e que os recursos disponibilizados são referenciais.
“O Tribunal de Contas do Estado não autoriza que os gabinetes de vereadores tenham verba própria”, afirmou a presidente da Câmara.
Os quatro anos da última legislatura, entre 2009 e 2012, estão entre os mais polêmicos da história do Legislativo na cidade.
Na conta de temas desgastantes, está o concurso de 2009 para o preenchimento de cargos efetivos na Casa, que foi cancelado e lesou mais de 18.500 candidatos.
Outro episódio que provocou bastante desgaste na imagem dos parlamentares foi a aprovação dos supersalários de R$ 12.907,05, posteriormente revogado, após pressão popular.
A discussão para elevar o número de cadeiras da Câmara de 21 para 27 foi outro tema que causou embaraço para os parlamentares.
O número de cadeiras permaneceu o mesmo.
A Câmara de São José ainda se envolveu em outras polêmicas. Uma delas foi a tentativa de retomar, após lobby de mineradores, a atividade de mineração na cidade, que é proibida desde 1994, gerando críticas agudas de ambientalistas.
Zoneamento.
A votação da nova Lei de Zoneamento do município também provocou acirrados debates e rendeu questionamento judicial, em tramitação e que pode resultar em revogação da norma pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
A falta de transparência dos gastos dos gabinetes dos vereadores também rendeu críticas.
Na legislatura passada apenas o então vereador Cristiano Pinto Ferreira (PV) divulgava na internet os gastos do seu gabinete.
A atual presidente da Casa, vereadora Amélia Naomi (PT), disse que não há verba de gabinete e que os recursos disponibilizados são referenciais.
“O Tribunal de Contas do Estado não autoriza que os gabinetes de vereadores tenham verba própria”, afirmou a presidente da Câmara.