segunda-feira, 4 de março de 2013

APPS PIRATAS


04/03/2013 - 03h30

Vendedores lucram com pirataria de aplicativos para tablets e celulares

YURI GONZAGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A pirataria chegou ao aquecido mundo de aplicativos para celulares e tablets. Há grupos que já transformaram o mercado paralelo desses pequenos programas em negócio, seja on-line, seja off-line, em oferta que ganha as ruas de São Paulo.
Na região central, próximo à rua Santa Ifigênia, não é difícil encontrar "técnicos" dispostos a fazer, por um preço combinado, o procedimento conhecido como "jailbreak" (fuga de prisão, em tradução livre) em aparelhos da Apple, o que desbloqueia o sistema operacional e permite a instalação de apps pirateados.
Um dos quiosques contatados pela Folha, o Mac Station (também identificado como Black GPS) cobrou R$ 100 para desbloquear um iPad da última geração.
A pedido, foram adicionados ao tablet cerca de 70 aplicativos de produtividade, como o Keynote, o Pages e o Photoshop Touch, que custam R$ 20 cada, e o QuickOffice HD, que sai por R$ 40 --só aí o valor do procedimento já seria compensado.
Ainda que possa invalidar a garantia do fabricante, fazer "jailbreak" não é considerado ilegal no Brasil --diferentemente do que ocorre nos EUA, por exemplo. Já instalar aplicativos piratas viola a propriedade intelectual (leia mais no texto ao lado).



Não são apenas vendedores informais que ganham dinheiro para instalar apps de maneiras pouco ortodoxas.
Loja de Manaus, a West Phone cobra entre R$ 50 e R$ 250 para equipar um iPhone ou iPad com seleção do que chama de "principais apps".
Para isso, segundo a empresa, é usada uma conta na App Store, por meio da qual são comprados, de fato, os aplicativos. Mais tarde, tais apps são replicados em iPads e iPhones de vários clientes, pois a Apple permite que uma conta seja usada em até cinco aparelhos --a regra, porém, é que as contas devem pertencer à mesma pessoa.
A InBrasil, uma assistência técnica com lojas em São Paulo e em Campinas que se diz autorizada da Apple --apesar de não ser listada como tal pela companhia americana--, cobra R$ 180 pelo "jailbreak", sem aplicativos.
A loja também realiza, por R$ 120, a instalação dos pacotes Adobe CS5 e Microsoft Office em computadores Mac, programas que, somados, custam cerca de R$ 5.000.
MAR DE APPS
Ao contrário do que ocorre com dispositivos da Apple, instalar apps baixados da internet em aparelhos com sistema Android não exige desbloqueio ou "jailbreak".
Em parte por causa disso, há um grande número de pessoas que comercializa pacotes de aplicativos destinados a celulares com o sistema operacional do Google.
Um vendedor do MercadoLivre oferece tal serviço por R$ 10. Ao pagar, a Folha teve acesso a um pacote com 730 apps para Android e quase mil e-books.
Hoje, há cerca de 700 mil aplicativos disponíveis na loja Play, do Google, e outros 800 mil na App Store, da Apple. As empresas não divulgam quantos deles são pagos. Apps gratuitos normalmente geram renda a seus desenvolvedores por meio da exibição de propagandas.

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