segunda-feira, 7 de maio de 2012

Exocet MM40 - AVIBRAS - MECTRON - MBDA


Estivemos hoje (3 d emaio) na coletiva de imprensa realizada pela Marinha do Brasil, MBDA e Avibras realizada no Rio de Janeiro. O evento contou com a presença de Patrick de La Revelière, vice-presidente de vendas para a América Latina da MBDA, do vice-almirante (Ref) Ronaldo Fiuza de Castro, Gerente de Programa de mísseis superfície-superfície da MB e de Sami Youssef Hassuani, presidente da Avibras.
Durante a coletiva foi revelado que o primeiro míssil antinavio Exocet MM40 com motor de fabricação brasileira foi disparado com sucesso no dia 18 de abril de 2012, pela corveta Barroso (V34), também de construção nacional.
Foram feitas apresentações pelos representantes da MB, MBDA e Avibras sobre o desenvolvimento do motor nacional do míssil e a cooperação francesa no programa.
O vice-almirante Fiuza discorreu sobre a decisão da Marinha de nacionalizar a propulsão dos mísseis Exocet de seu inventário, cujo motor é perecível com o passar dos anos. Ao mesmo tempo, a fabricante MBDA já descontinuou a produção desses mísseis, pois produz versões mais modernas com outro tipo de propulsão.
Segundo o almirante, “quem produz o motor foguete pode pensar em desenvolver seus próprios mísseis”.
A MB solicitou à MBDA a cooperação para o projeto de uma nova propulsão e esta escolheu como parceiro brasileiro a Avibras, que já tinha vasta experiência na produção de foguetes.
Foi destacado que o novo motor não é produto de engenharia reversa: ele foi desenvolvido do zero seguindo as especificações fornecidas pela MBDA. É a primeira vez que a MBDA ajuda uma empresa estrangeira num projeto desse tipo.
Engenheiros da MBDA cooperaram com os engenheiros da Avibras no projeto e fabricação do novo motor. Cerca de 300 engenheiros e técnicos da Avibras trabalharam durante 2 anos em tempo integral na produção e certificação do motor.
Foram feitas de 30 a 40 certificações com o motor funcionando em bancada de testes e no dia 18 de abril foi feito o primeiro lançamento a partir de um navio.
Os mísseis da MB deverão ser todos remotorizados até o final de 2013. Até lá, também será possível estabelecer a vida útil dos motores que estão sendo testados pelo método de envelhecimento acelerado.
Os resultados obtidos nos testes foram melhores do que o esperado, com o motor superando as características do motor original. O tempo de queima do “sustainer” (o motor que leva o míssil até o alvo, depois da queima do “booster”, que faz a primeira impulsão) chegou a 270 segundos. O motor original tem tempo de queima de 240 segundos.
O míssil lançado pela corveta Barroso no dia 18 de abril foi disparado contra um alvo no limite do alcance, a uma distância de 38 milhas (70km).
Patrick de La Revelière salientou a importância da Mectron no processo de validação do primeiro lançamento. A empresa forneceu o equipamento de telemetria instalado no míssil que permitiu a coleta dos parâmetros do motor  durante o voo até o alvo.
A Marinha do Brasil espera agora poder atender a demanda de clientes internacionais que utilizam centenas de mísseis MM40 das primeiras versões. Os mísseis AM39 lançados de helicópteros também terão seus motores substituídos e será feita a integração com os helicópteros EC725.
A MBDA, por sua vez, tem grande interesse em cooperar com o Brasil, de olho nas futuras aquisições de mísseis Exocet SM39 para os submarinos SBR e também de mísseis Aster para as futuras fragatas do Prosuper. Segundo Patrick de La Revelière, a cooperação com a Avibras pode ser vista como uma espécie de antecipação de “off-sets”.
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Programa inédito no país, no qual foram investidos R$ 75 milhões, torna Brasil independente no desenvolvimento de motores de mísseis antinavio


A Marinha do Brasil realizou com sucesso o lançamento-teste de um míssil Exocet MM40 equipado com motor desenvolvido, fabricado e certificado pela AVIBRAS em parceria com o líder global em desenvolvimento e fornecimento de mísseis e sistemas de mísseis, o grupo europeu MBDA. Esta é a primeira vez que a Marinha do Brasil realiza um teste desse tipo, que representa a independência do País na obtenção de motores de mísseis antinavio – o equipamento poderá, no futuro, ser utilizado em outros modelos de mísseis, nacionais ou estrangeiros. O teste foi realizado em alto mar, a partir da Corveta Barroso.
Para o Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto, Comandante da Marinha do Brasil, o lançamento é um exemplo de programa de cooperação tecnológica que deu certo. “O teste deve ser incluído entre as grandes vitórias da Marinha brasileira nesses últimos tempos”, disse ele. O programa contou com um investimento total de cerca de R$ 75 milhões e foi iniciado em 2008.
O lançamento e o desenvolvimento cooperativo entre as duas empresas fazem parte do ciclo de manutenção e renovação do míssil Exocet MM40 e dos planos, por parte da MBDA, de se criar parcerias duradouras com empresas nacionais brasileiras.
O objetivo deste teste de lançamento era verificar e validar o desempenho máximo do novo propulsor de voo. O ponto de chegada foi posicionado no limite máximo de alcance de voo do míssil, sendo alcançado sem dificuldade alguma. Outro detalhe do teste foi a substituição da cabeça de combate do míssil (a carga explosiva) por um sistema de telemetria fabricado pela MECTRON, empresa brasileira que também participou do desenvolvimento. O equipamento permitiu a coleta de dados de todos os parâmetros analisados no teste, em tempo real (velocidade, pressão, trajetória, etc.). Foram também utilizados sistemas de monitoramento interligados incorporados a duas fragatas e três helicópteros da Marinha Brasileira, que monitoraram toda a área do teste.
Como resultado, ficou demonstrado a capacidade da AVIBRAS em relação ao desenvolvimento, fabricação e certificação deste tipo de tecnologia de propulsores do míssil Exocet MM40, bem como a possibilidade de iniciação de produção em série do mesmo. Há também a demonstração de sucesso do esforço cooperativo técnico e humano das diferentes companhias envolvidas neste processo.
“Eu parabenizo o êxito deste lançamento, que reforça a cooperação entre nosso Governo e empresas nacionais e internacionais, bem como abre novos mercados para as empresas envolvidas no programa”, afirmou o presidente da AVIBRAS, Sami Youssef Hassuani.
“Este teste reforça a nossa parceria estratégica com o Brasil, uma potência em destaque no cenário geopolítico internacional”, afirmou Patrick de La Revelière, Diretor Vice-Presidente de Vendas e Exportações da MBDA.

Sobre a AVIBRAS

Criada em 1961, a AVIBRAS é uma empresa aeroespacial privada 100% nacional. Seus principais focos são integração de sistemas, mísseis, foguetes, veículos blindados e comando&controle. Suas unidades industriais estão localizadas no Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo, nas cidades de São José dos Campos, Jacareí e Lorena.
Entre outros projetos, atualmente fornece para as Forças Armadas brasileiras o sistema de artilharia ASTROS 2020, composto de veículos blindados, foguetes, mísseis e C4I (sistema de comando&controle), mísseis para a Força Aérea Brasileira e Marinha do Brasil. É também responsável pelo desenvolvimento do projeto da Aeronave Remotamente Pilotada Falcão (também denominado projeto VANT), que visa o domínio pelo Brasil de todo o ciclo tecnológico envolvido neste programa.

Sobre o Exocet

EXOCET é uma família de produtos completa de mísseis anti-navios pesados para qualquer clima, adaptáveis a todos os tipos de plataformas. Ele é disposto em várias versões:
  • Superfície-superfície (MM40) para navios
  • Ar-mar (AM39) para aeronaves e helicópteros
  • Submarino-superfície (SM39)
  • Terra-mar (BC) para baterias costeiras
Este míssil da MBDA possui capacidade de lançamento OTH (over the horizon), que permite atingir alvos a longas distâncias, e outras características operacionais, incluindo: sinais baixos, ativação tardia do localizador, modo de vôo “sea skimming” de baixa altitude, alto poder de penetração contra defesas navais aéreas modernas, identificação avançada de alvos e ECCM (eletronic conter-countermeasures).

Sobre a MBDA

Com instalações industriais em quatro países europeus e nos EUA, em 2011 MBDA alcançou um faturamento de € 3 bilhões, com uma carteira de pedidos, em encomendas e contratos futuros, no valor de € 10,5 bilhões. Com mais de 90 clientes das forças armadas do mundo, a MBDA é líder mundial em mísseis e sistemas de mísseis.
MBDA é o único grupo capaz de projetar e produzir mísseis e sistemas de mísseis que atendem toda a gama das atuais e futuras necessidades operacionais das três forças armadas (terra, mar e ar). No total, o grupo oferece uma gama de 45 sistemas de mísseis e produtos de medidas defensivas em operação, além de 15 outros atualmente em desenvolvimento.

Sobre a MECTRON

Fundada a partir da associação de engenheiros oriundos de empresas e instituições de tecnologia de São José dos Campos, a MECTRON atua há 21 anos nos mercados de Defesa e Aeroespacial, desenvolvendo e fabricando armamentos inteligentes, sistemas aviônicos, radares e equipamentos para satélites. Em 2011, a Mectron passou a integrar a Organização Odebrecht, através da Odebrecht Defesa e Tecnologia, que atua na gestão, desenvolvimento e implantação de projetos integrados na área de Defesa, Segurança Pública e Segurança Nacional.
Para o mercado de Defesa e tendo como principais clientes as Forças Armadas brasileiras, a Mectron desenvolve e fabrica os mísseis ar-ar MAA-1, MAA-1B e A-DARTER, este último em parceria com a África do Sul e outras empresas brasileiras, o míssil superfície-superfície antitanque MSS 1.2, o míssil ar-superfície antirradiação MAR-1 e o ACAUAN, kit de guiamento por sistema inercial e GPS para bombas convencionais. No segmento de Aviônicos, a Mectron desenvolve e fabrica o SCP-01, radar de bordo da aeronave AM-X, em parceria com a empresa italiana SELEX Galileo, e diversos sistemas aviônicos embarcados que possibilitam integrar seus produtos a diferentes tipos de aeronaves como o F-5M, AM-X e Supertucano ALX. Além de sua participação no programa de manutenção e renovação do míssil Exocet MM40, a Mectron tem prestado à Marinha do Brasil serviços de revitalização, telemetria e apoio técnico que possibilitaram o lançamento de mísseis ar-ar AIM-9H a partir das aeronaves A-4 e dos mísseis de defesa-antiaérea ASPIDE a partir das fragatas brasileiras.
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