domingo, 13 de maio de 2012

AV. CASSIANO RICARDO EM S. JOSÉ DOS CAMPOS/SP E O SEU PASTO MILIONÁRIO








Ilustração Internet (*)






26 DE ABRIL DE 2012 ÀS 01H02DESAPROPRIAÇÃO

Pasto milionário

Hernane Lélis
São José dos Campos

Quem sobe a Avenida Cassiano Ricardo, que corta parte da zona oeste de São José dos Campos, se vê cercado de prédios e condomínios luxuosos em meio a uma excelente infraestrutura de comércio e serviços. O cenário só muda em uma faixa de 800 metros, onde dezenas de gados pastam durante o dia numa área plana tendo como plano de fundo o Banhado, principal cartão-postal da cidade. O grande vazio urbano é avaliado em R$ 200 milhões –o mais caro do município– e pertence a uma empresa de corretagem de imóveis com matriz em um dos maiores paraísos fiscais do mundo: as Ilhas Virgens Britânicas.
A gleba é uma das poucas que ainda resistem ao “boom” imobiliário da região, uma das mais valorizadas e desejadas do município, e está em nome de AL Trabulsi do Brasil, registrada na Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo) como corretagem de aluguel imóvel com sede em São Paulo. No endereço da capital paulista funciona um escritório de advocacia onde trabalham duas brasileiras, uma sócia-administradora e outra sócia-procuradora da dona do terreno. Ambas, que não quiseram comentar o assunto quando procuradas pela valeparaibano, têm participação de apenas US$ 1 na empresa, o restante do capital pertence a AL Trabulsi Bros. Real Estate Investment, offshore da cidade de Road Town, capital da ilha de Tortola, conhecido paraíso fiscal.
Desde 2008 a Prefeitura de São José dos Campos trava na Justiça uma batalha com a AL Trabulsi do Brasil para desapropriar 7.093,30 metros quadrados do terreno para a construção de uma rotatória para ligar a Avenida Eduardo Cury ao Jardim das Indústrias, oferecendo a título de indenização o valor de R$ 564.858 à empresa. Por meio de seus representantes legais a AL Trabulsi questionou o preço oferecido e através de peritos nomeados pela Justiça chegou-se a pouco mais de R$ 2,3 milhões corrigidos monetariamente desde a data da elaboração do laudo pericial –julho de 2009– acrescidos de juros compensatórios de 12% ao ano, calculados sobre a diferença atualizada.



Road Town, Tortola: No matter what language you speak...


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