Foto Meramente Ilustrativa
Na mesma semana em que tratores colocam no chão a fachada de estilo neoclássico do prédio da "velha" Daslu, na zona oeste da cidade, a marca, símbolo do mercado de luxo brasileiro, chega às prateleiras de 165 lojas da Riachuelo no país.
Na mesma semana em que tratores colocam no chão a fachada de estilo neoclássico do prédio da "velha" Daslu, na zona oeste da cidade, a marca, símbolo do mercado de luxo brasileiro, chega às prateleiras de 165 lojas da Riachuelo no país.
A parceria começou a ser planejada em abril, e o resultado final será vendido a partir desta terça-feira (dia 27).
São 104 modelos na coleção (roupas e acessórios para mulheres, homens e crianças), com preços que variam de R$ 25,90 (regata básica infantil) a R$ 249,90 (vestido para noite).
Desde que foi comprada há dois anos por R$ 65 milhões pelo fundo Laep, investidor do mercado de capitais que se tornou especialista em adquirir empresas à beira da falência, a marca passa por uma transformação.
Optou por ficar cada vez mais próxima de consumidores que estão fora do topo da pirâmide, frequentam shoppings de diferentes regiões do país e podem pagar a conta.
"É uma forma de democratizar a moda, torná-la acessível e reafirmar o posicionamento da marca", afirma Patrícia Cavalcanti, diretora de marketing da Daslu.
Braço direito de Eliana Tranchesi, antiga dona da Daslu que morreu em fevereiro deste ano, a executiva diz que o objetivo é reunir a experiência do luxo ao varejo tradicional. Não é à toa que a "nova" Daslu contratou recentemente dois diretores das redes Zara e Renner.
A grife começou a vender pela internet há um ano. Hoje as vendas on-line já representam 10% do faturamento da loja do shopping JK, com 1.500 metros quadrados. O valor não foi divulgado.
Passou também a vender peças para 80 estabelecimentos multimarcas do país e abriu há dez dias uma loja de cerca de 350 metros quadrados em Brasília, a segunda fora do Estado de São Paulo. A primeira foi no shopping Fashion Mall, no Rio.
"Antes, o Brasil ia até a Daslu. Agora é a Daslu que vai até o Brasil", diz a diretora da grife.
O faturamento no dia em que a marca abriu as portas no ParkShopping, no Distrito Federal, chegou a pouco mais de R$ 100 mil.
O resultado é considerado positivo por especialistas que atuam no varejo. Mas está distante das cifras que a baixa renda movimenta.
Recentemente uma rede de varejo popular que se instalou na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, vendeu R$ 280 mil no primeiro dia em eletrodomésticos e móveis para consumidores das classes C e D que moram na comunidade e em seus arredores.
A meta é faturar por mês R$ 1,5 milhão com a loja.
GRIFES NO VAREJO
A estratégia "fast fashion" no Brasil, com a parceria entre varejo e grifes de luxo, começou nos anos 70, quando o estilista baiano Ney Galvão desenhou vestidos de festa e tops para a Riachuelo.
"Na ocasião, o consumidor não estava preparado. E houve críticas por ter um ícone da alta-costura fazendo moda popular", diz Marcella Kanner, gerente de marketing da Riachuelo.
Em 2001, foi a vez de o estilista Fause Haten criar uma coleção para a rede. Desde 2009, as parcerias se expandiram para outras redes.
"Fomos os pioneiros na iniciativa, antes mesmo das lojas americanas e europeias."
A C&A já teve em seus cabides roupas da estilista inglesa Stella McCartney, além de peças de Isabela Capeto, Alexandre Herchcovitch, Gloria Coelho, Amir Slama, Reinaldo Lourenço, entre outros.
Oskar Metsavaht, da Osklen, também desenhou para a Riachuelo. Carolina Herrara criou um perfume para vender somente na Renner.
Para a campanha da Daslu, a Riachuelo investiu cerca de R$ 6 milhões. O valor inclui fotos do catálogo produzidas em Cartagena, pelo fotógrafo de moda Bob Wolfenson, e anúncios para TV aberta e a cabo.
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