Novo golpe do emprego
Firma de RH golpista atrai desempregados para uma falsa entrevista, se aproveita da falta de legislação e vende sonho do emprego ideal por até R$ 900
POR ALINE SALGADO
Jornal O DIA
“Eu perguntei duas vezes para a consultora ao telefone para qual empresa era a seleção. Ela me respondeu que a princípio seria apenas uma triagem de currículos. Fui até o escritório com a esperança de que poderia sair de lá com um encaminhamento para uma grande companhia, mas me atraíram para vender um serviço. Me senti enganada”, desabafa F.F., relações públicas há dois anos desempregada.
Apesar de não agir ilegalmente, já que no Brasil não há uma lei específica que criminalize empresas que cobram por serviços de recrutamento, a companhia fere a conduta moral do direito do trabalhador e entendimento do judiciário, segundo o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Cássio Casagrande.
“Infelizmente ainda não existe legislação que normatize a atuação dessas empresas. O Brasil não assinou a Convenção Internacional do Trabalho 181 que impede que as companhias de RH cobrem do trabalhador pela colocação profissional. No entanto, pelo entendimento do MPT, esse ônus deve ser do empregador. E alguns juízes, como no Rio Grande do Sul, já acolhem esse entendimento e proibindo essa atitude”, afirma Casagrande.
Trabalhador que se sentir lesado pode acionar a Justiça
- Advogado especializado em Direito do Trabalho, José Ribamar Garcia destaca que a empresa de RH que enganar o candidato com proposta de falsa entrevista de emprego pode responder na Justiça por crimes de estelionato e danos morais.
- “Se chamam você para entrevista com a expectativa de um trabalho e quando você chega lá pedem dinheiro em troca da vaga, é uma arapuca. A empresa age de má fé e se aproveita da vunerabilidade do desempregado”, diz .
- O profissional pode fazer a denúncia ao Ministério Público do Trabalho pelo 0800-0221-331 ou acessando o www.prt1.mpt.gov.br.
Como se proteger de problemas
Vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ), Paulo Sardinha, dá algumas dicas de como identificar se a empresa em que se almeja uma vaga é ética ou não. Confira nas ilustrações abaixo e se proteja.
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