Na cidade de SP, os negociante$ do PR ‘foram à feira’ Folha Quando parecia que todas as teorizações filosófico-morais sobre o PR já haviam sido feitas, eis que surge matéria-prima para novas teses. Graças a uma notícia produzida pelas repórteres Vera Magalhães e Daniela Lima, descobriu-se que, em São Paulo, os negócio$ do PR foram à feira. No miolo da encrenca, encontra-se o vereador-cantor Agnaldo Timóteo. Em carta a um ex-amigo, Timóteo alvejou os pés (de barro) do seu partido, o PR. Chama-se Geraldo de Souza Amorim o destinatário da carta de Timóteo. A filha dele estava empregada no gabinete do remetente. Súbito, Timóteo demitiu a filha de Geraldo, acomodando outra pessoa na vaga. Ganhou um ex-amigo. Na carta, o vereador tenta explicar-se. Lero vai, lero vem Timóteo realça no texto que Geraldo sempre recebera dele tratamento diferente do dispensado por outras pessoas do PR: "Você se lembra, Geraldo, que os oportunistas do meu partido te exigiram R$ 300.000,00 mensais?...” “…E eu pergunto: te pedi alguma coisa para levá-lo ao nosso ministro? Pedi alguma coisa para levá-lo à mesa do prefeito Kassab?". O “ministro” mencionado por Timóteo é o senador Alfredo Nascimento, recém-apeado da pasta dos Transportes. Na audiência intermediada por Timóteo, Geraldo obteve autorização para instalar uma feira num terreno da antiga Rede Ferroviária Federal. Da “mesa do prefeito [Gilberto] Kassab”, arrancou-se o assentimento para a abertura da ser a “Feira da Madrugada”, no centro de São Paulo. Os “R$ 300 mil mensais”, insinua Timóteo na carta, referiam-se à propina exigida pelos “oportunistas” do PR. No rodapé da carta, Timóteo menciona um nome que emerge de 110% dos negócios conduzidos pelo Partido da República. "Os maus conselheiros te levaram a peitar o Waldemar [sic] e, lamentavelmente, te ajudaram a perder sua galinha com ovos de ouro. Que pena!" A despeito da grafia errada, o “Waldemar” citado por Timóteo, informaram feirantes ouvidos pela reportagem, é o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP). Apurou-se que, depois que Geraldo perdeu sua “galinha com ovos de ouro”, o grão-pêérre Valdemar passou a negociar com os novos mandachuvas da feira. Procurado, Valdemar negou a cobrança de propina. Para azar do todo-poderoso secretário-geral do PR, a carta de Timóteo vazou. Foi parar nas mãos do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), que encaminhou o texto ao Ministério Público Federal. A Procuradoria requereu à Polícia Federal a abertura de um inquérito. Pediu que o vereador Timóteo seja inquirido “com urgência”. Assim, empurrada pelo Ministério Público, a PF fará em São Paulo o que demora a fazer em Brasília, onde a xepa do PR funciona no Ministério dos Transportes. - Siga o blog no twitter. Escrito por Josias de Souza às 20h53 |
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