A penúltima do Palocci: o homem com quem o ministro diz ter fechado o contrato de aluguel é um velho conhecido da polícia
Intrigado com o caso do apartamento alugado em São Paulo por Antonio Palocci, e também com o estranho prenome do suposto proprietário, o jornalista Celso Arnaldo Araújo saiu à caça de informações sobre Gesmo Siqueira dos Santos. Acabou encontrando um velho conhecido da polícia. Vejam o prontuário resumido do homem com quem Palocci, na nota divulgada em resposta à reportagem de VEJA, confessou ter “firmado um contrato em bases regulares de mercado”.
POR CELSO ARNALDO ARAÚJO
VEJA
Foi só pesquisar a esmo – encontrou-se um Gesmo.
A casa própria – o apê de 7 milhões, por baixo – já não tinha mistério: ali está investida uma pequena parcela do dinheiro do tráfico da boca de Palocci, que funcionou a todo vapor por quatro anos.
Mas o imóvel alugado, do mesmo padrão da casa própria, era muito, muito esquisito – mesmo para o dono de uma clínica insalubre de economia sanitária. Vinte tantos mil por mês jogados pela janela, quando se tem um imóvel vago, todo seu? A descoberta do laranja Dayvini, por VEJA, é só o primeiro pesponto da costura que pode levar a um esquema muito mais suspeito que a Projeto.
É tentador classificar Dayvini como um novo Francenildo na vida de Palocci – o humilde capaz de abater o poderoso só por existir. A diferença, porém, é radical: Francenildo era crítico, Dayvini é cítrico. O primeiro não mercantilizou sua dignidade, embora pudesse. O segundo alugou o nome, embora não precisasse.
Mas se o primeiro escândalo palocciano acabou em Francenildo, o segundo, ao que parece, apenas começa em Dayvini. Porque outro nome esdrúxulo merece agora toda a atenção do mundo civilizado: Gesmo Siqueira dos Santos. Sem medo do clichê: guardem bem esse nome.
O Google já o guardou, para sempre, invariavelmente atrelado a malfeitos de toda ordem. Em 2006, por exemplo, os jornais noticiavam sua autuação por desobediência. Um de seus postos de gasolina, o Auto Posto Trevão – ah, esses nomes! – havia sido lacrado pela Polícia Civil e agentes da Fazenda Tributária por – adivinhem! – combustível adulterado. Mas o que é um lacre para Gesmo? Na calada da noite, encostou um caminhão no posto interdito, dele puxou uma vistosa mangueira e encheu o tanque com a gasolina bêbada e álcool inchado de água – 4 mil litros no total. Horas depois, ainda noite, descarregava o precioso líquido em outro posto de sua propriedade, o Morumbi, quando foi preso em flagrante.
Sim, o Dr. Gesmo Siqueira dos Santos — OAB/SP 161.145-1 – nunca foi, exatamente, um guardião da lei. Uma pesquisa perfunctória no site de busca o mostrará como réu também em inúmeros processos trabalhistas. Num deles, de 2010, na vara de São Carlos, ele a mulher Elizabete da Costa Garcia, são intimados à penhora de bem em ação movida por Cosme Rocha de Lima. Intimados, sim, porque Gesmo e Elizabete se encontravam em “lugar incerto e não sabido”.
Esse tem sido o lugar preferido do casal, enquanto enriquecem fazendo negócios escusos e deixando um rastro de ilegalidades pelo caminho – ambos são fiéis na riqueza e na riqueza e na comunhão de processos na Justiça: 35, até agora.
Mas o deputado federal Antonio Palocci não teve nenhum problema em localizar o incerto e o não-sabido. Em sua própria nota de defesa para a matéria de VEJA, que vai acabar por derrubá-lo, ele escreve: “O contrato foi firmado em bases regulares de mercado entre Antonio Palocci Filho e os proprietários Gesmo Siqueira dos Santos, sua mulher, Elisabeth (sic) Costa Garcia, e a Morumbi Administradora de Imóveis.”
Ou seja: Gesmo, confessadamente, é o dono de fato e direito do apartamento alugado que deu muita sorte a Palocci – morando ali, ele ficou podre de rico.
No ano passado, estreei na malha fina do IR porque um Jean Valjean da Receita descobriu – e nem eu sabia – que sou sócio com 1% de microempresa desativada, em nome de um de meus filhos, com capital de 1 real. Caí na malha, portanto, por 1 centavo.
Gesmo permanece ativo – comprando imóveis de milhões e alugando-os a deputados federais e ex-ministros da Fazenda. Declara-os à Receita, para perguntar o mínimo?
Palocci continua ministro – alugando imóveis milionários de plantadores de laranja e portadores de alentadas folhas corridas. A quem declara ele pagar os alugueres, para perguntar o mínimo?
Gesmo é personagem típico da era PT. Gesmo é mais do mesmo.
Dono de posto de combustível é autuado
por desobediência
O empresário do Auto Posto Trevão, Gesmo Siqueira Santos, 43
anos, de São Paulo foi autuado ontem por desobediência. Ocorre
que o delegado Seccional de Policia, Orlando Pandolfi Filho
recebeu uma denúncia anônima de que um caminhão estava retirando,
ontem, por volta das 10h30, através de uma bomba de sucção,
combustível do Auto Posto Trevão (via de acesso Hermínio Paizan)
- que havia sido lacrado no último dia 9 pela Polícia Civil e
agentes da Fazenda Tributária por vender gasolina e álcool
adulterados -, e transportando para o Auto Posto Morumbi, em
Guaiçara.
Diante dos fatos os, policiais foram constatar in loco e acabaram
surpreendendo o combustível sendo depositado nos tanques do Auto
Posto Morumbi, ordenando sua suspensão.
Durante a operação policial foram apreendidos um caminhão, uma
Saveiro e equipamentos utilizados pelos proprietários e
funcionários do posto de combustíveis. A polícia constatou que já
havia sido transportado do Posto Trevão para o Posto Morumbi mais
de 6 mil litros de gasolina e mais de 4 mil litros de álcool.
Trabalharam na ocorrência o Dr. Pandolfi, o investigador Ageo, o
delegado Flavio Cella e Santos, o investigador Nelson (Guaiçara),
além do delegado Welinton Martinez e os investigadores Perin e
Polon. Todo o expediente será encaminhado para a sede da Fazenda
Pública em Bauru.
Fonte:- Correio de Lins OnLine
ACESSE:-
http://diarios-oficiais.com/br/diarios-dos-tribunais-de-justica-tj/sao-paulo-tj-sp/5-editais-e-leiloes/2011-02-09/12571-pg.419
Donos de imóvel alugado por Palocci negam laranjas no negócio
FOLHA
FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO
Os proprietários do apartamento que o ministro Antonio Palocci aluga em São Paulo disseram à Folha que a empresa em nome da qual o imóvel foi registrado não é administrada por laranjas.
A revista "Veja", em sua edição desta semana, apontou que um dos sócios da empresa vive na periferia de Mauá (SP) e teria admitido ser laranja da companhia.
O comerciante Gesmo Siqueira dos Santos, um dos donos do apartamento, disse que a empresa foi transferida para seu filho e um sobrinho, que foi o entrevistado pela "Veja", para evitar que seus problemas financeiros contaminassem seus negócios.
Segundo Santos, o imóvel foi adquirido com recursos de vários parentes. Ele afirmou que a administração e a renda do aluguel do apartamento são compartilhados entre os familiares.
Santos disse ainda que não conhece Palocci pessoalmente e a negociação da locação foi feita por uma imobiliária.
Em nota divulgada hoje, a Casa Civil informou que Palocci tratou do aluguel do apartamento com imobiliárias e nunca teve contato com os donos do imóvel. O apartamento, localizado numa área nobre de São Paulo, é avaliado em R$ 4 milhões por corretores.

A EDIÇÃO ELETRÔNICA DO © MOBRAUN - MOVIMENTO BRASILEIROS UNIDOS É REGIDA PELOS PRINCÍPIOS DO CONHECIMENTO COMPARTILHADO ( COPYLEFT), QUE VISAM ESTIMULAR A AMPLA CIRCULAÇÃO DE IDÉIAS E PRODUTOS CULTURAIS. A LEITURA E REPRODUÇÃO DOS TEXTOS É LIVRE, NO CASO DE PUBLICAÇÕES NÃO COMERCIAIS. A CITAÇÃO DA FONTE É BEM VINDA. MAIS INFORMAÇÃO SOBRE AS LICENÇAS DE CONHECIMENTO COMPARTILHADO PODEM SER OBTIDAS NA PÁGINA BRASILEIRA DA CREATIVE COMMONS. NÃO EXALTAMOS RAÇA ALGUMA COMO SUPERIOR A OUTRA.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário