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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE S. PAULO "...exibe a maior densidade de delinquentes por metro quadrado."




Alckmin tem feito o que Lula fez e Dilma faz

“Eu entendo que o deputado Roque Barbiere tem o dever, como homem público, de apontar o que sabe”, disse o governador Geraldo Alckmin. Verdade: já que revelou a existência do balcão de venda de emendas na Assembleia, o parlamentar do PTB está obrigado a identificar os comerciantes, os compradores e os cúmplices. Mas os brasileiros honestos estendem a cobrança ao governador: entendem que também Alckmin, como homem público, tem o dever de esclarecer o escândalo ─ ou, pelo menos, parar imediatamente de obstruir investigações nas catacumbas do Legislativo.
Todas as assembleias estaduais se transformaram em viveiros de corruptos, mas a paulista exibe a maior densidade de delinquentes por metro quadrado. O orçamento de São Paulo só é inferior ao da União. É compreensível que o ajuntamento de parlamentares larápios seja o segundo no ranking liderado pelo Congresso. Incompreensível é a leniência demonstrada por um Executivo controlado por partidos supostamente oposicionistas. Como o Planalto, também o Palácio dos Bandeirantes aborta a pauladas todas as CPIs que possam colocar na alça de mira delinquentes aliados.  Alckmin tem feito o que Lula fez e Dilma faz. A discurseira do PT só difere do falatório do PSDB porque os tucanos não maltratam com tanta crueldade a língua portuguesa.
Os companheiros desmoralizados pelo mensalão e os quadrilheiros da base alugada fazem o possível para entregar à oposição, já desfraldada, a bandeira do combate à ladroagem. Os tucanos fazem questão de devolvê-la, arriada, para não tropeçar em bandidos domésticos. Durante a campanha presidencial de 2010, por exemplo, Dilma Rousseff ofereceu a José Serra a cabeça da melhor amiga Erenice Guerra. O candidato tucano rejeitou a bandeja para livrar-se de perguntas sobre um certo Paulo Preto. De novo para não topar com esqueletos de estimação, agora é Alckmin quem se recusa a abrir os armários da Assembleia. É um deslize moral e um equívoco político: a devassa acabaria escancarando as bandalheiras que assombram a 1ª Secretaria da Assembleia. Historicamente explorado pelo PT, esse porão está hoje sob a guarda de Rui Falcão, presidente nacional do partido.
Nenhum partido conseguiu enxergar as dimensões da indignação do Brasil decente com a corrupção institucionalizada e impune. É natural que sejam todos tratados como gente que não merece confiança. Foi assim nas manifestações de 7 de setembro. Assim será nos atos de protesto marcados para 12 de outubro. Se a oposição oficial não acordar a tempo, repousará para sempre na mesma cova rasa escavada para acolher os protetores de ladrões federais.

sábado, 24 de setembro de 2011

ROQUE BARBIERE, TERÁ CORAGEM OU VAI AFINAR?


São Paulo

Deputado que acusou colegas vai ter que se explicar

Roque Barbiere (PTB) diz em vídeo que até 30% dos parlamentares vendem emendas. Ele terá que apresentar provas à Comissão de Ética

André Vargas
Roque Barbiere, deputado estadual de São Paulo
Roque Barbiere, deputado estadual de São Paulo (Divulgação)
O deputado estadual Roque Barbieri (PTB) virou alvo de seus colegas na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), após acusá-los sem apresentar provas. Integrante da base governista, Barbieri afirmou que parte dos parlamentares ganha dinheiro com a venda de emendas em favor de empreiteiras. As afirmações foram gravadas em áudio e vídeo para um programa de internet, em 10 de agosto. O resumo da entrevista foi publicado no jornal Folha da Região, de Araçatuba, interior paulista. O episódio só ganhou destaque nesta sexta-feira em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.
 
Como resultado direto, o deputado do PSOL Carlos Giannazi protocolou um pedido de explicações na Comissão de Ética da Alesp. O assunto deve se discutido na sessão da próxima segunda-feira. “Ele vai ter que se explicar. Vai ter que dar nome aos bois ou pedir desculpas”, diz Giannazi. Na entrevista, Barbieri afirma que “de 25% a 30%” dos deputados “sobrevive ou enriquece fazendo isso”. Todavia, não cita nomes, alegando não ser dedo-duro. A estimativa dele indica que de 23 a 28 deputados estaduais, entre os 94 eleitos, praticam este tipo de maracutaia.

Leia também: Deputado de SP diz que colegas vendem emendas

Giannazi afirmou não ter entendido parte das alegações, que causaram comoção na sessão plenária desta sexta. Ao citar que os envolvidos são seus vizinhos, Barbieri não teria deixado claro se estava falando de políticos de sua região ou dos que ficam em gabinetes próximos ao seu.

Viagem - Com 29 anos de vida política, Roque Barbieri é deputado há seis mandatos consecutivos e sabia que estava sendo filmado diante de um jornalista. “Ele não acusou só os colegas. Emendas parlamentares envolvem prefeituras, governo estadual e secretarias”, lembrou Giannazi. 

Procurado, o deputado Roque Barbieri não atendeu às ligações do site de VEJA. De acordo com funcionários lotados em seu gabinete, ele viajou para o interior. Eles não souberam informar se rumou para Birigui, a 500 quilômetros da capital, onde mantém sua base eleitoral, ou foi para seu sítio, em Coroados.