sexta-feira, 3 de junho de 2011

A FARRA DELES COM O NOSSO DINHEIRO


Hélcio Costa
Jornal O Vale

O deputado federal Carlinhos Almeida (PT) está com um abacaxi nas mãos: onde encaixar os nada mais nada menos que quase 40 assessores que acumulou na Assembleia Legislativa do Estado, onde ocupava a 1ª secretaria até março passado?
O problema de Carlinhos é que o guarda-chuva da Câmara Federal é menor.
Até agora, o deputado de São José conseguiu encaixar 17 assessores, entre eles o ex-vereador Giba Ribeiro, Carlos Tiaca e Célio Chaves.
Também fazem parte da equipe alguns companheiros que não tiveram sorte nas urnas, como, por exemplo, Paulo Afonso Siqueira, candidato a vereador em Caraguá, Vantuir Faria de Carvalho, candidato e presidente do PT de Guará, Francisco Pinto Barciela, candidato a vereador em São Paulo e Rosangela Bezerra Lima, candidata a vereadora pelo PMDB de São José em 2008, quando obteve a marca de 416 votos.
O problema é que sobra gente. A saída foi apelar para amigos. Tanto que Carlinhos encostou alguns ex-assessores em gabinetes como os de Amélia Naomi e Wagner Balieiro na Câmara de São José. Sobrou até para o gabinete de Rui Falcão na Assembleia.
PT, saudações. O abacaxi de Carlinhos Almeida não é exclusividade dele. Empregar cabos eleitorais e aliados políticos é uma das tarefas que consomem mais tempo e energia da parte dos políticos brasileiros. É a regra do quem tem padrinho, não morre pagão. Tudo pago com o dinheiro do contribuinte. Antigamente, bem antigamente, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tirava o sono das elites, o PT era contra isso. Mas o PT mudou e mais de 22 mil cargos de confiança foram preenchidos pelo partido e pelos aliados na máquina federal.
Carlinhos Almeida é só mais um na multidão.
Ideologia. A prática também não sofre vergonha ideológica. Em maior ou menor grau, ela aparece em todas as siglas e em todas as esferas.
O PSDB, por exemplo, em seus 14 anos à frente do Paço Municipal de São José polvilhou a máquina pública de apadrinhados e aspones. Alguns até trabalham, suam a camisa, tentam aprender. Outros, nem pensar. Juntos, eles não são poucos: o prefeito Eduardo Cury (PSDB) mantém mais de 300 cargos de confiança no governo. Dentro desse balaio heterogêneo tem, por exemplo, a ex-primeira-dama Isa Bevilacqua e Angela Blanco, ambas da cota pessoal do deputado federal Emanuel Fernandes (PSDB).
Mas não para por aí: boa parte dos secretários do governo Emanuel ocupa cargos no governo Cury, como Eliane Pinheiro e Maria América. Muitos desses, contratados via Urbam, mantém o nível salarial próximo da antiga função.
E daí? PT e PSDB têm explicação para tudo isso. Mas quem não tem? Achar explicação é fácil. Difícil é acabar com essa prática de apadrinhamento às custas do dinheiro público.
O ideal é a profissionalização do serviço público e a redução dos cargos de confiança. Mas esse remédio é amargo demais para os políticos. Afinal, os aspones vão viver do que?

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