NOSSA REGIÃO
Jornal O VALE
May 6, 2012 - 03:00
S. José perde ‘status’ de maior polo automobilístico da região
arquivo/o vale
Maior cidade do Vale vai na contramão do segmento: enquanto a GM ameaça cortar turnos e demitir operários, Taubaté e Jacareí vivem nova fase de investimentos em Volks e Ford e com chegada da Chery
Arthur CostaSão José dos Campos
Principal polo do setor automotivo na região, São José dos Campos caminha para perder seu posto com o crescimento das cadeias produtivas em Taubaté e Jacareí.
Na década de 80, a General Motors, que lidera a cadeia automotiva na cidade, empregava 12.500 pessoas. Hoje, possui cerca de 8.000 trabalhadores e pode ‘enxugar’ ainda mais em breve.
Na contramão da indústria automotiva, que anunciou recentemente investimentos para ampliação de fábricas e construção de novas plantas, a GM vive a expectativa de demissões com a saída de linha de modelos como Zafira e Meriva.
A nova versão das minivans será produzida na unidade da GM em São Caetano do Sul, no ABC Paulista.
A cadeia produtiva que alimenta a GM também se difundiu pelo Vale. São 10 empresas de autopeças em São José, contra 20 em Taubaté, instaladas no parque industrial da Volkswagen.
Outras 20 fornecedoras deverão se instalar na fábrica da chinesa Chery, em Jacareí, no final de 2013.
A guerra fiscal com outros municípios da região fez com que investimentos, como da fabricante de vidros automotivos AGC, fossem para Guaratinguetá.
Lorena, também com incentivos fiscais, ‘fisgou’ a nova unidade de produção da fabricante de ônibus Comil.
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Reação. A Prefeitura de São José não considera o risco de perder o posto de polo automotivo da região (leia texto nesta página).
Para o economista do Núcleo de Pesquisas Econômico-sociais da Universidade de Taubaté, Edson Trajano, a vocação exportadora da indústria automotiva de São José fez com que a cidade sentisse mais o processo de descentralização na produção das montadoras no país.
“Praticamente toda a produção de carro em Taubaté é voltada para o mercado interno, enquanto em São José, tem um maior peso o setor externo”, disse.
Principal polo do setor automotivo na região, São José dos Campos caminha para perder seu posto com o crescimento das cadeias produtivas em Taubaté e Jacareí.
Na década de 80, a General Motors, que lidera a cadeia automotiva na cidade, empregava 12.500 pessoas. Hoje, possui cerca de 8.000 trabalhadores e pode ‘enxugar’ ainda mais em breve.
Na contramão da indústria automotiva, que anunciou recentemente investimentos para ampliação de fábricas e construção de novas plantas, a GM vive a expectativa de demissões com a saída de linha de modelos como Zafira e Meriva.
A nova versão das minivans será produzida na unidade da GM em São Caetano do Sul, no ABC Paulista.
A cadeia produtiva que alimenta a GM também se difundiu pelo Vale. São 10 empresas de autopeças em São José, contra 20 em Taubaté, instaladas no parque industrial da Volkswagen.
Outras 20 fornecedoras deverão se instalar na fábrica da chinesa Chery, em Jacareí, no final de 2013.
A guerra fiscal com outros municípios da região fez com que investimentos, como da fabricante de vidros automotivos AGC, fossem para Guaratinguetá.
Lorena, também com incentivos fiscais, ‘fisgou’ a nova unidade de produção da fabricante de ônibus Comil.
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Reação. A Prefeitura de São José não considera o risco de perder o posto de polo automotivo da região (leia texto nesta página).
Para o economista do Núcleo de Pesquisas Econômico-sociais da Universidade de Taubaté, Edson Trajano, a vocação exportadora da indústria automotiva de São José fez com que a cidade sentisse mais o processo de descentralização na produção das montadoras no país.
“Praticamente toda a produção de carro em Taubaté é voltada para o mercado interno, enquanto em São José, tem um maior peso o setor externo”, disse.
Prefeitura diz que não teme esvaziamentoSão José dos Campos
A guerra fiscal entre municípios do Vale do Paraíba não preocupa a Prefeitura de São José dos Campos.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, José de Mello Corrêa, os investimentos anunciados por cidades vizinhas fortalecem a região e não diminuem a importância de São José.
“Não queremos que aconteça no Vale o fenômeno do ABC no passado, quando Santo André, São Bernardo e São Caetano eram desenvolvidas e as demais cidades não tinham nada. No Vale, estamos crescendo todos juntos”, disse Mello.
Ele negou que a situação da indústria automotiva preocupe e afirmou que os produtos feitos em São José são diferenciados dos demais.
“Ainda temos poder para atrair empresas, como Haldex e Eutex. São José é uma cidade consolidada e faz produtos ‘premium’, como os da Johnson&Johnson, os aviões da Embraer e a S10, o carro mais caro da GM. São necessários quatro carros feitos em Gravataí (RS) para chegar ao mesmo valor da S10. A questão não é quantidade, é qualidade”, disse o secretário.
Preocupação. O Sindicato dos Metalúrgicos, por outro lado, diz que a realidade dos trabalhadores da cidade é outra. “Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a maioria dos trabalhadores ganha até três salários mínimos. É por isso que temos que lutar por melhorias”, disse o presidente do sindicato, Vivaldo Moreira.
A entidade entregou na última quinta-feira carta ao prefeito Eduardo Cury (PSDB) a fim de apresentar propostas para manter a atividade das linhas de produção da unidade da GM em São José.
Cury se comprometeu a discutir a pauta com a empresa em reunião a ser marcada.
A guerra fiscal entre municípios do Vale do Paraíba não preocupa a Prefeitura de São José dos Campos.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, José de Mello Corrêa, os investimentos anunciados por cidades vizinhas fortalecem a região e não diminuem a importância de São José.
“Não queremos que aconteça no Vale o fenômeno do ABC no passado, quando Santo André, São Bernardo e São Caetano eram desenvolvidas e as demais cidades não tinham nada. No Vale, estamos crescendo todos juntos”, disse Mello.
Ele negou que a situação da indústria automotiva preocupe e afirmou que os produtos feitos em São José são diferenciados dos demais.
“Ainda temos poder para atrair empresas, como Haldex e Eutex. São José é uma cidade consolidada e faz produtos ‘premium’, como os da Johnson&Johnson, os aviões da Embraer e a S10, o carro mais caro da GM. São necessários quatro carros feitos em Gravataí (RS) para chegar ao mesmo valor da S10. A questão não é quantidade, é qualidade”, disse o secretário.
Preocupação. O Sindicato dos Metalúrgicos, por outro lado, diz que a realidade dos trabalhadores da cidade é outra. “Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a maioria dos trabalhadores ganha até três salários mínimos. É por isso que temos que lutar por melhorias”, disse o presidente do sindicato, Vivaldo Moreira.
A entidade entregou na última quinta-feira carta ao prefeito Eduardo Cury (PSDB) a fim de apresentar propostas para manter a atividade das linhas de produção da unidade da GM em São José.
Cury se comprometeu a discutir a pauta com a empresa em reunião a ser marcada.